A inveja se manifesta de várias formas e possui muitas caras. Mesmo não sendo baiano, o sujeito da foto ao lado, deitado na rede... Esse cara sou eu!
O INVEJOSO
Todos, bem, não todos, mas quase todos nós
vivemos cercados de invejosos. Tenho um amigo que vive repetindo (de
brincadeira, espero) que morro de inveja dele. Falando sério, não tenho motivo
algum para sentir inveja, pelo menos dele. Casado faz 40 anos – isso é motivo
para ter pena; ou não? –, vive sob o domínio da mulher, por quem não restou a
menor fagulha da paixão. Ele gosta é das putas, mas, para tê-las, é preciso
pagá-las; ‘meio’ aposentado, sua renda diminuiu e quase não sobra para os mimos
exigidos pelas piranhas. Ele vive bem, mas não tão bem como gostaria.
Sua rotina sofre limitações impostas pelo
casamento, e pela excessiva religiosidade da esposa. Como eu disse, não tenho
motivo para invejá-lo.
Desconfio mesmo é que ele tem muita inveja
de mim. Quais os motivos? Primeiramente sou divorciado, razão que bastaria para
ser feliz. Segundamente (adoro essa palavra), faço apenas o que quero, quando
quero, sem precisar fingir ou fugir. Terceiramente, não faço absolutamente nada
que possa ser parecido com trabalho – só tive inveja na vida do Jorge Guinle,
que, como eu, foi um desocupado com mais dinheiro. Quartamente (nunca antes
usei essa palavra), aprendi a viver bem sem excesso Do ‘vil metal’, o qual,
sinceramente, não me faz muita falta – na minha idade, algumas pessoas, raras,
eu sei, aprendem a viver bem sem as aporrinhações de quem sente ambição.
Não declaro Imposto de Renda, e não tenho
medo de quase nada – exceto de vir a me apaixonar (ARGHT). Minhas lembranças
são tantas que consigo trazer de volta o passado que interessa e com facilidade
alcanço o prazer solitário. Filhos? Já têm idade para cuidar da própria vida;
passo tempos sem vê-los e não me fazem falta. Honestamente.
Entretanto, nada é perfeito. Tenho alguns
problemas de saúde, que se por um lado me impedem de fazer certas coisas, por
outro, permitem que eu me livre de fazer coisas de que não gosto. O pior, é que
tenho que ter ‘algum contato’ com uma das minhas ex-mulheres (eu sei, fui um
idiota), mas estou aprendendo a lidar com isso. As outras? Mal lembro os nomes
delas.
Ah, recordei outras pequenas coisas que me
deixam feliz: Só atendo telefone quando quero, almoço e janto na hora que me dá
vontade, tenho pouquíssimo contato com pessoas (eu detesto gente), vejo na televisão
o programa que gosto, não tenho hora para dormir nem para acordar, e leio muito,
coisa que me causa intenso prazer; gosto de rir (rio muito de mim mesmo), e
raramente dou meu sorriso para alguém que não o mereça.
QUEM TEM INVEJA DE QUEM?
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