
Favores? Não peça. Muito menos os faça. Em
qualquer dos casos, você vai se machucar. O máximo a pedir ou fazer é uma ‘pequena’
gentileza. Se for seu costume ler as coisas apressadamente, vou deixar bem
claro: Eu disse apenas ‘pequenas gentilezas’,
daquelas que até um estranho pode fazer para outro.
Você não faz ideia do estrago que um pedido
de um grande favor pode fazer a uma grande amizade. Não, eu não estou brincando nem exagerando.
Mas o que vem a ser ‘um grande favor’? Pode ser muitas coisas que impliquem em
um sacrifício emocional ou material por parte do solicitado.
Pegando um atalho, falo do mais comum e
sensível dos favores: Dinheiro emprestado. Outro é dar emprego a um amigo. Nem
preciso dizer que pedir a mulher do amigo por empréstimo pode acabar
imediatamente com a amizade, além da imensa probabilidade de ser fatal - para
quem pede, é óbvio. Neste último caso, pode até ser que você – sem perceber –
dê início a uma trilogia amorosa. Ou entre pelo cano, caso seu amigo esteja
muito satisfeito e não aceite a devolução do que para você foi um empréstimo e
para ele uma doação.
Se você tiver um amigo rico, pelo menos
comparando a você, tire da cabeça a ideia de pedir dinheiro a ele. Caso não
tenha notado, todas as guerras da humanidade aconteceram por causa do dinheiro.
Basta transportar uma guerra entre países para uma situação “micro” e teremos
uma feroz batalha.
E não me venha com o argumento de que a
rainha Helena, mulher do rei Menelau, causou a guerra de Tróia por amor; ele
nem ligava para ela. O verdadeiro motivo da briga foi que Tróia era rica e
inexpugnável, e Menelau (e sua turma) estava faz tempo querendo invadi-la.
Helena foi só um pretexto para mobilizar todos os reis gregos. O resto, se você
não for ignorante, já deve saber. Honra ferida não existe, só serve como
desculpa.
Voltando ao dinheiro – não importa se é
muito ou pouco -, se você for um idiota e pedir ao seu amigo, observe
atentamente: em primeiro lugar, o sorriso dele vai esmaecer lentamente; ele irá
engolir em seco. Você não sabia que seu amigo era gago? Pois chegou a hora de
saber. Antes de responder ao seu pedido, ele terá que digerir o mal estar e o
desconforto que está sentindo.
Bem, as desculpas são infinitas; sacando a
primeira que lhe vier à cabeça, seu amigo dispara, mesmo sem mirar. O tiro pode
até não ser mortal, mas a amizade nunca mais será a mesma. É um momento
crítico, em que tanto quem pede como quem nega não quer dar o braço a torcer. O
pedinte finge que acredita na desculpa, e o ‘amigão’ que negou finge que
acredita que ele acreditou. Não é simples?
O sorriso franco e aberto que só grandes
amigos se permitem? Esse nunca mais será visto por nenhuma das partes
envolvidas.
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