A sabedoria das crianças e dos bichos deveria ser imitada pelos adultos. Eu costumo agir como o bichano da foto.
ANOTAÇÕES DE UM DESOCUPADO
Um desocupado é um incompreendido. Algumas
vezes, muito tempo depois, desocupados são lembrados como grandes pensadores,
mestres filósofos. Mas então, há algo de
errado no entendimento de quem é desocupado. Não me considero um filósofo
excepcional, porque a verdade é que todos os humanos filosofam um pouco. Mas
tornei-me, faz pouco tempo, um pensador organizado – que tenta dar forma a seus
pensamentos.
Se observarmos, todas as mudanças de
comportamento demoram a ser aceitas. Como já falei anteriormente, mudar de
hábito é um esforço muito grande para nossa espécie, preguiçosa por natureza.
Hoje entendo muitas coisas que a vida cedo
me ensinou, mas que eu não compreendia. Revoluções custam a amadurecer, e isso
podemos ver nos acontecimentos no mundo árabe, nas Igrejas Cristãs, e em nós
mesmos. Abraçar uma causa nova significa olhar para um futuro ainda distante. É
ter coragem para romper com o passado arcaico e sem sentido, ou, como disse
Nietzsche, ter “Uma nova consciência para as
verdades que até então permaneceram mudas”.
Vejo hoje o Racismo e o Preconceito por uma
ótica diferente. A humanidade nunca (pelo menos não através de leis) conseguirá
eliminar esses dois pobres condenados injustamente. Meu pensamento baseia-se
num único argumento: A evolução é lenta, como nos mostrou Darwin; muitas vezes
leva milhões ou bilhões de anos; mudar nossa programação mental é demorado, e
sempre dolorido.
Vai demorar uma eternidade para que o
Preconceito seja varrido; ele é apenas o reflexo futuro de algo por que
passamos ou assistimos no passado.
O Racismo é um sentimento natural do homem
que tenta se proteger dos ‘diferentes’ – isso vem do tempo das cavernas. A
única coisa que podemos fazer para diminuir seu impacto é torná-lo não
agressivo; afinal não estamos mais na idade da pedra, não seremos agredidos
fisicamente pelos diferentes. Bem, reconheço que alguns seres mal formados
ainda acreditam nos métodos antigos. Estes são jurássicos como o crocodilo.
Um exemplo disso é a insistência de muitos em
acreditar que existe um Deus que nos protege e guia. Essa crença na divindade
nada mais é do que a demonstração da nossa fraqueza, da nossa impotência que
busca abrigo no desconhecido.
É necessária alguma cultura, algum
conhecimento, e muita reflexão para não cair na tentação de tentar aparecer.
Este problema é também atávico. Queremos ser os melhores, como se a alegria de
viver pudesse ser buscada fora de nós mesmos. Temos que aprender a extrair da
nossa mente a realização buscada; isso pode se dar de várias formas,
principalmente em pequenas coisas que não costumamos valorizar.
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