Prefiro entender as pessoas através do que escrevem. Podem me convencer que estou errado sem me fazer dar o braço a torcer. Dificilmente há impulso no ato de escrever.
EMOÇÕES
Você se
emociona com facilidade? Há situações em que muitas pessoas ficam emocionadas e
você não sente absolutamente nada? Se isso ocorre, você fica incomodado ou se
sente estranho? Seja como for, sua reação – ou não reação - pode ser
considerada ‘normal’. Mas atenção para o que vou dizer agora: “Não existe
pessoa normal”; assim, o uso da palavra significa que todos os seres humanos
têm desvios de comportamento, uns mais, outros menos.
A própria
vida que vivemos até então, de certa forma molda nosso comportamento e nossas
reações. Por causa disso é que, muitas vezes, engolimos um elefante e não
conseguimos engolir um sapinho. É como disse Vargas Vila, meu autor preferido:
“O homem esquece mais facilmente uma bofetada do que um favor”. Ninguém gosta
de ser alvo da bondade alheia; nosso orgulho se sente mais confortável quando
resolvemos sozinhos os nossos problemas. Pode parecer incrível, mas todos nós,
bons ou maus, temos algum tipo se satisfação em prestar um favor – o que não
acontece na situação inversa. O favor recebido quase sempre nos humilha.
Há pessoas
(raras, é verdade) que atingiram um grau de maturidade que as torna
aparentemente insensíveis. Isso pode ser bom para essas, já que muita
sensibilidade causa dor e sofrimento – sem falar da sensação de impotência. É claro
que não me refiro a quem tem desvios de comportamento acentuados, como é o caso
dos psicopatas, que não sentem emoção alguma.
Já fui extremamente
emotivo, a ponto de chorar por muito pouco. Hoje sou diferente, Quase nada me
emociona. Essa mudança, de início, me causou estranheza. Depois, gostei de ter
‘mudado’. Não fosse isso eu já teria tido uns dez infartos (risos).
A lógica da
vida, se a vida tem alguma lógica, substituiu o que me causava sofrimento pela
indiferença, pelo desdém. Mas alguma coisa restou. A burrice e a ignorância
ainda conseguem me irritar um pouco. Bem, admito que algumas vezes, muito. Pelo
menos essa reação me faz sentir humano.
Pode parecer
estranho, mas nem um ‘grande amor’ me comove. Talvez por causa do
‘amadurecimento’ a que me referi um pouco acima. É que não acredito no amor, e
muito menos num grande amor. O amor só
dura, eu já disse anteriormente, enquanto durar o desejo. Então, amor não é
amor, é sexo. O homem que pensa que ama, é um conquistador vencido por sua
conquista. Ele se torna facilmente manipulável. Vira um idiota.
Amar é uma
visão destorcida pelos poetas ao longo dos tempos. Morrer pelo ser amado é mais
um comportamento idiota do que um ato heroico. Ninguém merece a minha vida –
nem a sua.
Seres
humanos são diferentes porque têm desejos e objetivos diferentes. Seus olhos
veem beleza onde os meus não a percebem. Há os casos de ‘blindagem seletiva’,
em que, inconscientes, desejamos e conseguimos parar de nos emocionar ante
determinadas situações que não podemos corrigir, como a visão da miséria. Foi
só um exemplo.
Para me
proteger, evito contato com pessoas ao vivo. Não gosto de hipocrisia, portanto,
não gosto de conviver com gente. Contatos virtuais são ‘menos ruins’, já que
nos permitem desplugar quando o assunto deixa de ser interessante ou agradável.
Prefiro conhecer pessoas através do que escrevem. Posso discordar delas sem que
se sintam ofendidas. Quanto ao que
escrevo, honestamente, não me incomodam – pelo contrário – as críticas
negativas. É ótimo saber como somos vistos e sentidos – e julgados. Nesses
casos, temos tempo para refletir antes de responder, se e quando quisermos
responder.
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