Algumas insistem em utilizar 'tabelas de preços', de acordo com os serviços que serão prestados. Como estamos na era do 'vale tudo', isso está meio demodê. Nada é perfeito.
PROSTITUIÇÃO – Parte I
É fácil para uma mulher tomar a decisão de
prostituir-se? Algumas vezes, sim. Mas a maioria parece ter tido dificuldade em
assumir essa profissão. Ser prostituta é como estudar para passar num
vestibular. É uma ‘carreira’ como qualquer outra, que se escolhe seguir na
idade em que se decide seguir medicina, engenharia ou psicologia – prostitutas
prostituem-se geralmente ainda na adolescência.
No início do processo que leva a tomar a
decisão de ‘ser ou não ser’, a mulher fica tomada por dúvidas, remorsos, medos
e outras emoções. Cada uma, quando faz a opção, demora mais ou menos tempo para
se aceitar. Algumas desistem logo no começo – exatamente como quem faz um
semestre de qualquer curso e conclui que não era bem isso que queria. Eu sempre
achei que os jovens se veem obrigados a fazer essa escolha numa idade em que
não se sabe exatamente o que se quer.
Muitas mulheres, mais ‘muitas’ do que você
imagina, são potencialmente putas – sem o lado pejorativo da palavra. Isso é
como a sensualidade, uma qualidade natural para algumas. Os dicionários ‘pegam
pesado’ quanto ao significado da palavra, mas isso vai mudar com o tempo. Moral
é um pouco como a moda: vai e volta. Faz parte da dificuldade que a humanidade
tem de encontrar seu ‘ponto de equilíbrio’.
Neste momento, estamos caminhando para a
aceitação da prostituta como uma pessoa normal (que ela é), com direito de ser
o que quer. Você duvida? Olhe em volta e tente lembrar quantas pessoas você
conhece, pessoalmente ou não, cujo comportamento é ou foi ‘estranho’, talvez
vulgar para os moralistas, mas que você recebe na sua casa com naturalidade.
Não se engane: ser puta é a mais antiga profissão do mundo, que frequenta os
lugares mais elegantes – se tiver traquejo social ou dinheiro – sem que sejam
questionadas ou discriminadas.
Não é simples como parece decidir que
‘fulana’ é puta e ‘sicrana’ não é. As aparências enganam, acredite. Cerca de
uns quarenta anos atrás inventaram, por decreto não assinado, que as mulheres,
por mais recatadas que fossem, deveriam comportar-se como putas quando numa
cama dentro de quatro paredes. Desses quarenta anos até hoje, a moral mudou
bastante. Ficou, digamos, bem mais ‘flexível’. As saias subiram, a virgindade
foi definitivamente abolida, o número de mães solteiras cresceu, e entramos na
era do ‘vale tudo’ em nome do prazer.
Em breve, pode acreditar, ‘hétero e homo’
deixarão de ser coisas distintas, serão uma coisa só. Se você duvida, é por que
não está prestando atenção ao mundo à sua volta. Exatamente como na Grécia
antiga, se você conhece um pouco de história.
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