“SAIA JUSTA” E O ÓDIO
Acabei de assistir
o programa “Saia Justa”, no canal GNT. A mediadora é a jornalista Monica
Valdvogel: um dos temas discutidos foi o ‘ódio’ que algumas pessoas parecem
sentir pelo próximo.
O Capeta tinha duas
opções: ou adotaria a frase do filósofo francês Jean Paul Sartre que dizia “O
problema das pessoas são os outros”, e encerraria a questão; ou abriria outras
portas e janelas para tentar, com o debate, viajar com o leitor pelo mundo fantástico
da reflexão. Sartre está certo, mas sua frase não diz tudo. É uma síntese.
O “Saia Justa”, a
meu ver, cumpriu o seu papel de apenas iniciar a movimentação das ideias.
Diga-se, de passagem, que alguns conceitos sobre o ódio foram mal aplicados –
talvez mal explicados ou definidos. Considerar que o crítico insistente ou
determinado faz da sua crítica uma forma de odiar me parece equivocado. Se o
‘malfeito’ persiste, a crítica deve continuar batendo na mesma tecla.
Odiar não é a mesma
coisa que sentir desdém, desprezo, pena, ou até mesmo asco por alguém. O ódio,
me parece, exige de quem odeia uma providência – geralmente uma ‘reparação’ ou
vingança. Nem mesmo a ‘inveja’ é sinônimo de ódio; muitas vezes pode levar ao
ódio, mas não necessariamente. A inveja se sacia com muito menos do que a
vingança. O ódio não é só desejar o mal a alguém; ter ódio significa fazer o
mal na primeira oportunidade – ou mesmo criar essa oportunidade. O ódio quer
destruir; outros sentimentos hostis se comprazem apenas com a desgraça alheia.
Você não precisa odiar para ficar contente com a morte de um adversário, ou com
a falência de um incômodo concorrente. Esse sentimento é comum a todos nós. É
defeito de fabricação humana.
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