domingo, julho 22, 2012

VOCÊ ODEIA?


   “SAIA JUSTA” E O ÓDIO


     Acabei de assistir o programa “Saia Justa”, no canal GNT. A mediadora é a jornalista Monica Valdvogel: um dos temas discutidos foi o ‘ódio’ que algumas pessoas parecem sentir pelo próximo.

     O Capeta tinha duas opções: ou adotaria a frase do filósofo francês Jean Paul Sartre que dizia “O problema das pessoas são os outros”, e encerraria a questão; ou abriria outras portas e janelas para tentar, com o debate, viajar com o leitor pelo mundo fantástico da reflexão. Sartre está certo, mas sua frase não diz tudo. É uma síntese.

     O “Saia Justa”, a meu ver, cumpriu o seu papel de apenas iniciar a movimentação das ideias. Diga-se, de passagem, que alguns conceitos sobre o ódio foram mal aplicados – talvez mal explicados ou definidos. Considerar que o crítico insistente ou determinado faz da sua crítica uma forma de odiar me parece equivocado. Se o ‘malfeito’ persiste, a crítica deve continuar batendo na mesma tecla.

     Odiar não é a mesma coisa que sentir desdém, desprezo, pena, ou até mesmo asco por alguém. O ódio, me parece, exige de quem odeia uma providência – geralmente uma ‘reparação’ ou vingança. Nem mesmo a ‘inveja’ é sinônimo de ódio; muitas vezes pode levar ao ódio, mas não necessariamente. A inveja se sacia com muito menos do que a vingança. O ódio não é só desejar o mal a alguém; ter ódio significa fazer o mal na primeira oportunidade – ou mesmo criar essa oportunidade. O ódio quer destruir; outros sentimentos hostis se comprazem apenas com a desgraça alheia.

     Você não precisa odiar para ficar contente com a morte de um adversário, ou com a falência de um incômodo concorrente. Esse sentimento é comum a todos nós. É defeito de fabricação humana.  

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