UMA TEORIA SOBRE SEXO
Assistindo TV, ouvi
a expressão “essa mulher é uma vagaba”. Imediatamente lembrei um livro do
célebre escritor Mario Puzo, sobre jogo e jogadores compulsivos. Puzo – que
escreveu também “O Poderoso Chefão” – gostava de temas ligados a gângster, o que
é compreensível, por ser filho de imigrantes sicilianos. Aliás, pelas fotos que
vi dele, pensei estar olhando para um chefão do crime organizado.
No livro sobre
jogo, ele desenvolveu uma teoria interessante: ‘todo jogador viciado deseja
perder’. Parece absurdo, mas não é. Como fui um jogador ‘quase’ compulsivo,
procurei refletir sobre essa afirmação. O significado de ‘inconsciente’ nos diz
que é o ser que “age ou procede sem consciência”. Entendi que ‘se obedecemos a
impulsos subconscientes’, é por que estamos doentes, ou quase. Qual a
explicação para um indivíduo entrar num cassino, ganhar uma fortuna, e
continuar jogando até perder tudo? Esse é um comportamento comum. Estranho,
porém comum.
O Capeta também tem
uma teoria sobre sexo e amor – duas coisas que se confundem, independente de
aceitarmos ou não. Vários fatores favorecem o desinteresse sexual por alguém que
nos inspirava sonhos. Um deles é a segurança; saber que ‘aquela mulher é minha’
é o bastante para arrefecer o desejo. O medo de perder é um poderoso componente
erótico que não é muito reconhecido por pura conveniência. O swing é apenas o
reconhecimento dessa verdade que a moral de hoje ainda condena, mas que está
ficando cada dia mais popular. Correr risco de perder é um desafio
irresistível, seja no jogo ou no amor. Ou no jogo do amor. Nada é mais
excitante.
Outro fator que
contribui para o desinteresse sexual é que o sexo é muito curioso; quando você
já sabe o que esperar da sua parceira (ou parceiro), é como assistir o mesmo
filme sempre, perdendo a graça da surpresa. No swing, a reação do que você
‘pensava’ que conhecia é diferente e surpreendente. Ninguém se comporta do
mesmo jeito com dois parceiros diferentes. No jogo, você procede da mesma forma
ao variar as modalidades.
Todas essas
mudanças de comportamento estão acontecendo debaixo dos nossos narizes – e
fingimos nada perceber. É por causa disso que tantos gays decidiram sair do
armário, e tantas mulheres escolheram ser leais, sem, contudo,
praticar a fidelidade.
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