Essa mulher, pintada por Fernando Botero, é parecidíssima com a professora de sexo do companheiro Clarindo Benevides, o Ébrio. Morreu pobre.
A socióloga
inglesa Catherine Hakim, pessoa importante na sua área, começou a perceber a
‘cilada’ que está vitimando as mulheres modernas. Após milênios de lutas,
finalmente elas conseguiram (?) alcançar a ilusão da independência moral e
financeira. A moral eu tenho minhas dúvidas, visto que continuam a ser
classificadas conforme a interpretação masculina; são putas, galinhas, moças
pra casar, sérias ou não sérias, periguetes, etc. Elas agora têm mais liberdade
para “ser”, sem, contudo, possuir a mesma liberdade para “se mostrar como são”,
sob o risco de severos julgamentos sociais – coisa, aliás, que conta com a
cumplicidade delas próprias.
Catherine é uma
mulher comum, se avaliada pelo quesito beleza. Mas tem uma vantagem: é velha.
Uma das vantagens da velhice é podermos dizer o que pensamos, sem receio dos
prejuízos decorrentes. Os velhos estão se ‘lixando’ para julgamentos e
condenações. Essa independência é a conquista suprema da idade avançada. Vem daí
a coragem dela para dizer verdades que considera como tal, sem o menor receio
de agradar ou não.
“A maioria das
mulheres não almeja a independência financeira. A utopia feminina moderna é ser
uma dona de casa à toa”. Isso significa, na prática, que ela descobriu que é
melhor ficar em casa, de preferência à custa de um marido rico. Para conseguir
isso, nos dias atuais, a mulher precisa ser bonita, sensual, etc., etc. Ocorre
que as bonitas são minoria nesse mundo injusto; assim, vale recorrer a
academias, salões de estética, cirurgias plásticas e, até apreciar o antes
repulsivo futebol. O importante é agradar. Tem que ser uma mulher simpática,
que saiba sorrir de tudo que o homem diz – mesmo que esse homem seja
fisicamente igual ao Charles Aznavour.
Nossa socióloga
repudia a igualdade entre os sexos. É verdade, essa igualdade não existe nem
nunca vai existir. Ao afirmar essa teoria de que somos iguais, elas apenas
jogam contra si mesmas. O que faltou Catherine dizer – acho que lhe faltou
coragem -, é que os homens precisam de outras fêmeas, independentemente de
amarem apenas uma. Quando assimilarem essa verdade, todos os relacionamentos
funcionarão melhor. Fidelidade é uma coisa, sexo é outra – pelo menos é o que
os homens sentem. Mas ela ainda não é velha o suficiente para admitir.
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