quarta-feira, julho 11, 2012

AUTORES E ATORES

Ele emagreceria, se os médicos retirassem o excesso de vaidade, a inveja, o pedantismo disfarçado, a insasiável vontade de sobressair e ser melhor que os outros. Não acredito que esse gordo seja o que aparenta ser.



   SALA DE ESPERA
   O acesso às oportunidades em editoras e jornais exige, pelo menos aqui no Brasil, que você faça parte da ‘confraria dos puxa-sacos’ de padrinhos já conhecidos e famosos, que apenas lhes dá algum valor quando bajulados, exaustivamente bajulados, como se temessem que algum novato lhes pudesse fazer sombra. Trata-se de um comportamento semelhante ao de cantores e artistas de modo geral. Muito raramente alguém consegue sair da “sala de espera” – e, assim mesmo, a maioria, só depois de prestar alguns favores de valor moral duvidoso. Uma ocasião, um dos colaboradores deste blog tentou um texto através de um conhecido, e ele topou ajudar... Caso topasse ser seu amante. O canalha foi diretor de algumas revistas da Bloch. Não digo o nome porque o indivíduo já faleceu – acredito que levado pela AIDS.

   PROGRAMA DO JÔ SOARES
   Sinto nojo quando alguns antigos talentos (imagine os novos) dizem coisas para o Jô Soares (esse adora puxa-sacos), tipo “A maior emoção da minha vida foi vir ao seu programa”, ou “Estou nervoso por estar aqui no seu programa, que era o meu sonho”. O gordão adora essas coisas. Ele pode tentar, mas nunca chegará aos pés do Chico Anysio – nem falo como comediante, mas como caráter, como dignidade. Sinto pena do Jô. Ter que fingir que é feliz sendo gordo deve ser dureza. Ele não cruza as pernas, transar deve ser muito difícil, e usar papel-higiênico é impossível – a mão não alcança o alvo. Tenho muita pena dos seus entrevistados, em especial quando ele faz o programa de “rabo sujo” e lida com os humildes, que aceitam todo tipo de deboche.

   BRUNO MAZZEO
   Esse tem luz própria, mas ela veio no seu DNA. Como o Chico, Bruno me passa ser uma ‘usina de ideias’, que se desespera por não ser dois. Ele não copia o pai, mas se o fizesse, precisaria de muito talento para isso. Tenha calma, Bruno. Você vai chegar ao topo da pirâmide – por mérito próprio. Li a sua entrevista e já passei pela mesma decepção que você, quando ligou para a menina no dia seguinte; só não foi na Bahia, pois não gosto de gente lerda. Sou preguiçoso, mas não sou devagar quase parando, como os baianos.  Um aviso: o Gordo morria de inveja do seu pai. Tenha cuidado com ele.



     

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