Herói da mitologia grega, Teseu, na foto ao lado, acaba de matar o Minotauro, que já estava incomodando e atemorizando muita gente. Macho paca, apesar de ter um perú pequenininho.
EXISTEM GRANDES HOMENS?
Minha resposta é: Sim e Não! Vou tentar
explicar.
O que você entende por ser ‘um grande homem’?
Para a maioria, é o indivíduo que sobressaiu muito em alguma atividade, ficou
famoso – alguns só depois de sua morte, e que conseguiram ‘driblar’ a opinião
pública no que se refere à sua vida privada. Falo isso por estar convencido de
que ninguém consegue passar por um crivo exigente.
Depende do marketing que os promoveu à
categoria de celebridade. Depende dos preceitos morais existentes em sua época.
Depende de ter conseguido superar o sofrimento que lhe foi imposto pela vida;
alguns suportam melhor um tipo de desgraça do que outros, que, em compensação
suportam melhor outras desgraças do que uns. Parece complicado? Mas é verdade –
basta que leiam o meu raciocínio com muita atenção.
Como bem disse o atual ministro da justiça,
“Se eu fosse preso, me mataria”. Eu também, ministro, eu também.
Creio que todos os homens são grandes, independente
de terem ou não alcançado a notoriedade. É que a natureza é sábia; dizer que o
pobre sofre mais que o rico é uma injustiça; dinheiro não é sinônimo de
felicidade; as desgraças e tragédias são bem distribuídas; não importa qual é o
sofrimento de cada um, importa a intensidade como se digere esse sofrimento. É
mais fácil ver um pobre sorrir francamente do que um rico.
Ser famoso depende muito de estar no lugar
certo, na época e na hora certas. É como disse um sábio gaiato: “Testemunha é a
pessoa que estava no lugar errado, na hora errada, e viu o que não devia”. Nem
dá para discordar.
Al Capone foi um grande homem? Foi, do jeito
errado, mas foi. Aqui no Brasil ele seria um cara comum, tipo o Carlinhos
Cachoeira. Pablo Escobar até hoje é uma lenda, do mal, mas ainda assim uma
lenda. Esses ‘ilustres’ que citei, foi só para mostrar que a diferença entre eles
e Lincoln não é tão grande. Ou você acredita que uma pessoa chega à presidência
de um país jogando limpo? Presidentes e altas autoridades souberam esconder
seus podres, apenas isso. Ninguém chega a ocupar um alto cargo sem vergar a
cabeça e parte do corpo; a porta de entrada é estreita e baixa.
Quantos políticos que atiraram pedra no
Fernando Collor estão na cadeia hoje? O Capeta, que não é político, continua
atirando. É que o alagoano continua roubando. Vivemos uma fase de completa
falta de pudor. Estamos anestesiados pelo mal, que passou a ser corriqueiro,
comum.
Mandela foi um grande homem, mas, como foi
que ele ficou tão rico, a ponto dos seus herdeiros deflagrarem uma verdadeira
guerra por seu espólio? Ele passou 27 anos preso, em regime fechado.
E a professorinha que, apesar de todas as
dificuldades (se não me engano foi no interior do Piauí – você sabe onde fica o
Piauí?), usou sua vontade, determinação e criatividade para tornar sua escola
um exemplo para o Brasil? Essa, eu garanto que é uma grande mulher. Quando ela
morrer, ficará esquecida. Nossa sociedade de consumo não valoriza esse tipo de
heroísmo.
As pessoas não dizem, mas pensam que suas
vidas dariam um grande livro. É verdade, elas não estão dizendo bobagem. Somos
heróis da nossa própria vida; somos todos guerreiros de batalhas pequenas, sem
deixar de ser sangrentas. Meus leitores certamente não passaram fome, então sua
percepção sobre o assunto é mais superficial.
Muitas são as histórias de gente que deveria
ficar famosa – como o caso do morador de rua que devolveu 45.000 dólares que
achou na calçada. Eu não sei se devolveria. Só saberei se um dia acontecer. Ele
também será esquecido. Sua fama durou apenas 15 minutos, como previu aquele
americano maluco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário