segunda-feira, dezembro 30, 2013

NEM ELE SUPORTA UM TÊTE-À-TÊTE

Até mesmo Ele, em sua grande sabedoria (há controvérsias), optou por ler o que escreveu através de uma estação de rádio.
 
 
  MELHOR PENSAR BEM, ANTES...
 
  Antes do quê? De escrever cartas, sejam para uma paixão, para um amigo, ou mesmo uma carta comercial.
  Por favor, poupe-me de suas ironias ao pensar em me dizer que não se escrevem cartas atualmente, exceto os suicidas. Elas continuam na moda, só que com outro nome: e-mail. Eu diria que escrevemos até mais do que antes, pois dá menos trabalho e não precisamos passar a limpo.
 
  Viver exige de cada um uma certa dose de diplomacia, que vem a ser a arte de dizer algo sem propriamente dizer esse algo. Está muito complicado? Mas o que fazer se é mesmo complicado?
  A diplomacia geralmente permite entender várias coisas diferentes. Quem recebe a mensagem deve saber ler entrelinhas. Dizer para uma namorada que você precisa de um ‘tempo’ já é uma forma ‘manjada’ de diplomacia. Ela sabe que você quer que ela desapareça da sua vida, pois já tem outra em seu lugar. É a única interpretação possível para quem mantém um relacionamento de pelo menos um ano.
 
  Há pouco tempo dizia-se que terminar uma relação por telefone ou e-mail era uma atitude grosseira ou covarde. Nem sempre. Depende da relação. Mas que é prático, isso ninguém discute. Elimina-se, dessa forma, lágrimas, perguntas que não se gostaria de responder, chantagens emocionais e, muitas vezes, pedidos de mais uma oportunidade para ver se pode dar certo.
 
  Tenho muita experiência em separações, e não me recordo de uma só vez que confessei (não é no sentido de culpa) as verdadeiras razões de querer cair fora. Creio que apenas o fato de ser um desejo individual, não há a menor necessidade que a outra parte entenda. Essa história de “o que foi que eu te fiz?” não é nada confortável.
  O pior é que, a resposta mais correta para essa pergunta besta é: “não fez nada, por isso decidi pela separação”. Como não fiz nada? – Você perguntaria. Mais uma vez a resposta certa seria: “Bem, não fez nada do que eu gostaria que fizesse”.
 
  Para evitar tantas perguntas e contra-argumentações, convenhamos que é muito melhor terminar por carta – ou e-mail se você preferir.
 
 
 

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