FATOS HISTÓRICOS
Entre outras coisas, história é a “narração
de fatos, acontecimentos ou particularidades relativas a um assunto” – segundo
o mestre Aurélio. Deveria ser uma ciência exata, pois ninguém pode modificar o
passado. Deveria, mas não é.
Ao ler 5 livros sobre determinado fato
ocorrido em qualquer tempo, você observará, em qualquer um, uma abordagem
ligeiramente – ou mesmo totalmente – diferente. Lendo os 5, notará que um
determinado fato só é narrado em um ou dois livros.
O que isso quer dizer? Que ninguém sabe de
fato todos os detalhes de um ou mais episódios. A verdade inteira não aparece,
não se mostra. Jamais saberemos de tudo, muito menos dos detalhes. O que há é
muita especulação sobre qualquer acontecimento, que, diante de um acervo de
muitas narrativas, pode nos aproximar da verdade. Discute-se, até hoje, se Nero
realmente mandou incendiar Roma; se mandou, qual foi o motivo?
Dilma Rousseff conta que foi torturada. Será
que foi? Sabemos com certeza que ela foi presa, mas há dúvidas sobre tortura.
Se bem que estar presa já é uma condição torturante, em qualquer época e em
qualquer país. Ao publicar seu currículo, ela também disse que era pós-graduada
– informação que depois foi comprovada como sendo falsa.
Toda narrativa é tendenciosa. Muitas vezes os
fatos são distorcidos pela própria convicção do narrador.
Mesmo quem viveu uma época e até participou
ativamente dos fatos ocorridos, nem esse poderá contar o que realmente
aconteceu. São conhecidos os casos (são muitos) em que diversas testemunhas
oculares viram coisas completamente diferentes. É por isso que eu sempre digo
que não há verdade absoluta. A história não passa da narração de meias
verdades. É tão confiável quanto qualquer ser humano.
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