TODOS NÓS SOMOS CRÍTICOS
A crítica é imprevisível. Quem lê ou escuta
uma crítica, nunca está preparado para o que vai ouvir. Nunca, ou quase nunca,
sabemos o que realmente pensam a nosso respeito, mesmo quando se trata de
pessoas que gostam de nós. Aliás, arrisco dizer que esses são os piores
críticos, no sentido de críticas negativas. Deve ser por nos conhecerem melhor.
Mas quero mesmo é falar sobre o crítico
profissional; seja de arte ou literatura, é o sujeito que vê, na peça
analisada, intenções que sequer passaram pela cabeça do autor. É a mesma coisa
que tentar interpretar sonhos – ciência que nunca é exata.
Não considero a pessoa que faz da crítica uma
profissão como se fosse um inútil. Pelo contrário, acredito que os bons
críticos ajudam, e muito, qualquer autor honesto. Por outro lado, recomendo que
não se deve acreditar em tudo que dizem sobre nossa obra. Cada pessoa vê, ouve
ou lê e interpreta de forma diferente. Não existe a certeza absoluta de que
nossa obra vai agradar.
Em momentos de ‘euforia criativa’, escrevi
textos com frases que considerei geniais. No tempo em que me dava ao trabalho
de ouvir opiniões, aprendi que, no mais das vezes, nosso trecho preferido,
“genial”, sequer foi notado; é aí que a surpresa ataca: sabe aquela frasezinha
que surgiu sem muita ambição de sobressair, que só foi escrita para preencher
uma lacuna de raciocínio? Pois é, agradou em cheio!
Mas... Não tem mais nem menos. Você nunca
saberá o que vai agradar. Meu conselho é que leia o que o crítico fala, sem, no
entanto, levá-lo demasiadamente à sério. Tire proveito dele.
Acima de tudo, escreva sem pensar em agradar
quem quer que seja. Escreva para você, seu melhor e mais fiel leitor. Se
escrever uma porcaria, seu talento (caso você o tenha) irá perceber mais
adiante.
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