O livro é uma estrada de duas mãos. Uma leva você para longe, e mostra o mundo que existe do lado de fora. A outra traz o desconhecido exterior para dentro de você.
UM BOM LIVRO
Livros são como pessoas. Nos fazem companhia
e, alguns permanecem ao nosso lado por toda a vida. Outros, nem queremos
terminar de ler. Há também aqueles que servem para consultas breves, ainda que
recorrentes, que nos esclarecem quando pinta uma dúvida. São os especializados
em algum assunto, como o são os advogados, os médicos, e, por que não dizer, os
consultores econômicos – estes, quase todos, um tanto equivocados, que nunca
nos dizem simplesmente “é isso ou não é isso”. Eles não sabem.
Tenho alguns livros que considero mais do que
meus mais próximos amigos. Eles não mentem nunca – podem até propagar ideias
com as quais não concordo, e repetem uma explicação, pacientemente, quantas
vezes a gente pedir.
O que fazer com um livro bom? Por favor, não
seja burro a ponto de dar ou jogar fora, o que seria pior. Esse argumento de
que depois de lido o livro nada pode acrescentar ao que nos disse antes, é um
erro. Um livro bom pode e deve ser lido algumas vezes, pois a cada vez
descobriremos coisas que não percebemos nas anteriores. Os livros são sutis.
Não estou dizendo para ler aquele calhamaço
de páginas de vez em quando, mas pelo menos as passagens que você marcou como
importantes.
Por outro lado, quando ouço falar naquelas
bibliotecas particulares de 20.000, 30.000 ou 50 mil volumes, tenho a certeza
de que muitos nunca foram ou serão lidos. Livro bom é aquele que acrescenta
conhecimento, sabedoria, compreensão do mundo em que vivemos.
É claro que temos nossos assuntos preferidos,
assim como amigos que nos são mais simpáticos.
Atualmente, tenho mais livros amigos do que
pessoas amigas. Esteja certo: em algum momento, a pessoa de quem você mais
gosta ou admira vai-lhe decepcionar; é questão de maior ou menor convivência.
Pessoas apreciam a comodidade de ver as coisas do mesmo modo; livros, mudam o ‘seu’ modo de ver essas mesmas coisas.
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