sexta-feira, dezembro 20, 2013

CONFLITOS ÍNTIMOS

As religiões são uma eterna fonte de conflitos. Falo de conflitos que ocorrem dentro de você. As guerras religiosas são outro tipo de conflito.


  NOSSOS CONFLITOS
 
  Não adianta querer ser diferente, eliminar os problemas de consciência, e procurar viver melhor. Nossos desejos sempre estarão em conflito com as regras sociais que criamos ou aceitamos. Nossa intenção é parecer melhores do que realmente somos – e para isso, fingimos cumprir o que determinam as leis ou a moral vigente.
 
  Um pequeno problema: as leis morais geralmente vão contra os nossos desejos pessoais. Há sempre uma justificativa para nosso comportamento contrário ao que pregamos – coisa que não aceitamos nos outros. Uma dona de casa comum jamais vai admitir que tem os mais loucos sonhos eróticos, mas tem.
 
  Outra curiosidade é que costumamos discriminar pessoas que agem abertamente como gostaríamos de agir; até mesmo quando agimos de maneira igual, só que não às claras. Isso costuma levar o nome de hipocrisia, um defeito que não é nosso, é claro.
 
  Eu sou, como todo mundo, preconceituoso. Que atire a primeira pedra quem não o for. Pessoas que sofrem preconceito são, em grande parte, as mais preconceituosas. Um exemplo de um dos meus inúmeros preconceitos: detesto gente burra. Apesar de saber que se alguém tem um QI muito baixo, não é culpado disso; nasceu assim, o que fazer?  
  Mas nada pode ser feito para que eu tenha o menor prazer de dialogar com uma pessoa assim. Desses, quero distância. Mas é bom que não se confunda burrice com ignorância – essa pode mudar, se o portador quiser.
 
  Apesar dos homens negarem, eles não gostam muito de mulheres inteligentes e intelectualizadas. Têm medo que elas os superem. Sentem-se inseguros. Esse caso representa bem quando uma qualidade torna-se um problema. Conheço uma mulher que tem curso superior e pós-graduação, que é esperta, mas não é inteligente. Eu sei, todo mundo conhece alguém assim; não sei se ela tem consciência disso, mas o fato é que só gosta de fazer amizades com pessoas com nível sociocultural inferior. Há mais gente assim do que você pode imaginar.
 
  Minha conclusão é que, na verdade, não temos inimigos externos. Nossos inimigos estão dentro da nossa mente. É óbvio que muita gente não gosta de você ou de mim; cada um tem seus motivos, tipo inveja, despeito, ou até porque somos como elas gostariam de ser. Não esqueça que a simples alegria de uns incomoda muitos outros.
  Ao atingir – isso todo mundo pode, pelo menos em teoria – um grau de superioridade não explícita, ou seja, não pretensiosa, você verá que jamais sentirá ódio: quando muito, um profundo desdém.
 

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