Quem foi o ignorante que espalhou o boato de que dinheiro não traz felicidade?
PARADIGMA EQUIVOCADO
Certamente o leitor ouviu, em diversos
momentos da vida, frases que falam mal do dinheiro. Coitadinho, que mal ele lhe
fez? Todo mundo gosta dele, sente-se atraído, quer possuí-lo, mas (não esqueça
que tudo vem acompanhado de um desagradável ‘mas’), o pobre acaba levando
sempre a culpa de todas as coisas negativas que acontecem ‘por causa dele’.
Sou advogado do dinheiro. Melhor dizendo, da
reputação do dinheiro. Detesto quando o chamam de ‘vil metal’. Isso ofende. Quem
fala mal do dinheiro é geralmente quem não o tem – mas gostaria.
Essa conversa de que dinheiro não traz
felicidade é outra coisa que incomoda. É que é dito num tom pejorativo. Claro
que dinheiro não traz felicidade. Na verdade, a felicidade está dentro de você,
não no seu bolso. Por outro lado, também não traz infelicidade.
E aquela história que contam, sobre a pessoa
que era maravilhosa, simpática, bondosa, etc. e tal, e que ganhou – não importa
o motivo – uma ‘grana preta’ e tornou-se uma pessoa ruim, má, desprezível? A
lógica aponta para outra verdade: não é culpa do dinheiro! Essa pessoa, que
existe e até é muito comum, sofreu essa transformação? Acredito, mas não foi
por culpa do dinheiro.
Minha teoria é que ela nunca prestou, sempre
foi má, mas tinha motivos para disfarçar. Ao ficar rica, a criatura achou que
não precisava de mais ninguém e deu uma ‘banana’ para todos. O dinheiro
desnuda, mas não muda.
Tive uma namorada muito querida, cujo pai era
muito rico; ele presenteou-lhe com um automóvel comum, nada de especial, e ela
ficou feliz; naquele tempo, nem todo mundo tinha carro; dias depois de recebido
o presente, houve um acidente e a menina morreu. São coisas que acontecem.
Entretanto, ouvi comentários que diziam: se o pai não fosse rico, ela não teria
morrido.
Apesar de muito jovem, passei a perceber a
estupidez humana. Isso lá é coisa que se diga? Quem disse isso? Pessoas
invejosas que não podiam ter um automóvel e queriam culpar o dinheiro que não
tinham.
Não é só o dinheiro que muda o comportamento
das pessoas. O poder também. Em geral esses senhores andam juntos, mas há
muitos casos em que ‘ainda’ não se conhecem. Mas não é o poder que muda os
humanos; se tornam-se tiranos, é por que tinham alma de tiranos; não tinham,
isso sim, a oportunidade de tiranizar.
Minha conclusão é: o dinheiro pode
contribuir, e muito, para que alguém seja feliz. É o mau uso que o torna vil.
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