A CULPA É SEMPRE DO OUTRO
Se você não percebeu, é por que não está
atento. Responda se puder: qual o motivo ou razão para que nós – ao lermos um
romance ou assistirmos um filme, muitas vezes torcemos pelo vilão, até mesmo
com um certo fervor? Eu explico: é que todos somos, em certa medida, vilões. Uns
mais, outros menos.
Ao querer que o bandido vença, estamos apenas
torcendo por nós mesmos, pelo menos quando acreditamos estar no lugar dos
personagens. É que nós temos o nosso senso de justiça particular, que nem passa
perto de regras estabelecidas pela sociedade.
Ao “viajar” com o autor, somos livres para
pensar – afinal, quem lê pensamentos? Uma pessoa pode ser proibida de agir como
um nazista, ou mesmo como um racista que odeia negros e judeus. Mas não é por
causa dos impedimentos legais que iremos pensar e sentir diferente.
Nossas emoções estão sempre, pelo menos em
parte, alicerçadas em experiências vividas ou assistidas. Nossos julgamentos
têm como base o puro instinto que essas emoções provocam. Quase sempre julgamos
por uma primeira impressão, e dificilmente nossos pensamentos ouvem opiniões
contrárias.
Uma ex-namorada tinha o costume de condenar à
morte cada pessoa que cometesse um ato falho. Ela ficava possuída por um desejo
de fazer justiça – a justiça dela. É claro que a relação só poderia acabar.
E o que dizer dos que pregam uma regra moral
que absolutamente cumprem? Isso é muito comum. Nunca é demais citar, pela
centésima vez, a frase do filósofo francês Jean Paul Sartre: “O inferno são os
outros”. Os culpados também.
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