terça-feira, novembro 12, 2013

ROMANTISMO FAZ FALTA

Acredite: a moça da foto ao lado se vestia assim, sensualíssima, entre 1950 e 1960. O mais incrível é que, possivelmente, ela era de fato 'moça' - só não posso garantir. Sou inocente.


 
  O ‘QUASE’ FOI MELHOR
 
  Não falo do romantismo brega e seboso, como era nos idos de 1950 e 1960. Havia, então, muitos exageros. Mas também muitos encantos. Não sei se a mudança dos costumes foi rápida demais – acho que foi isso, e não me habituei totalmente aos novos tempos.
 
  A culpada de tudo, como não poderia deixar de ser, foi – e é – a imprensa, que mudou a inércia comportamental dos namorados para o ‘vapt-vupt’, como costumava dizer o meu querido e saudoso Chico Anysio. Não é sem motivo que o Lula considera a mídia a própria Medusa, que, para quem não sabe, é a figura mitológica daquela mulherzinha que, em lugar de cabelos, trazia cobras e não havia pente que a penteasse.
 
  Lembro que aos 18 anos, com a testosterona substituindo o ‘Gumex’, namorei (naquele tempo a gente namorava, antes de comer) uma garota lindíssima, que fazia o meu, você sabe, querer sair da toca a qualquer custo. Não foi fácil. O primeiro beijo aconteceu após dois meses, na varanda onde conversávamos. Um exagero! Ela logo despertou para os desejos da carne, mas nem podíamos sair a sós. Ela era uma deusa, e eu, seu primeiro namorado. Vou resumir, contando que eu gozava todas as noites, me esfregando em seu corpo nu – ela desabotoava o vestidinho de cima a baixo . Fizemos quase tudo, e posso garantir que foi a melhor transa da minha vida, que, é claro, não aconteceu, porque já íamos casar em dois meses. Odeio ter tido o que se costumava chamar, naquela época sombria, de juízo.
 
  Dois ou três anos depois, começou o rara e rola, ainda que timidamente. Namorados já podiam sair a sós, com hora marcada para voltar. Essa foi a melhor época. A mais romântica, a mais natural e saudável. Tinha o sabor da conquista e você comia com o tempo de um ou dois meses – às vezes antes. Era então, comum o casamento de meninas grávidas.
 
  No final da década de 1960, teve início o período da zona, ainda com alguma ‘organização’ – sim, porque depois virou zona zona mesmo. Os homens não conquistavam mais ninguém. Quem conquistava as meninas era a posição social e as perspectivas de um futuro abonado e conveniente.
 
  Bem, o romantismo da época do “rala e pode até rolar” foi o melhor. Digo isso com conhecimento de causa. Minha melhor trepada foi aquela que ficou no quase.

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