Esses dois aí na foto são até parecidos, mas um é um e outro é outro. Ronaldo Nazário confundiu e - aparentemente - se deu mal. Livros de autoajuda são 'gatos'. Pra quem gosta...
NÃO COMPRE GATO POR LEBRE
Muitos autores de livros são riquíssimos,
alguns deles são brasileiros e especialistas em vender soluções para sua vida.
Eles estão nas listas de best selers – e provavelmente você nunca ouviu falar
deles.
Esse tipo de literatura pode, muitas vezes,
ser agradável de ler. Vende muito, mas não possuem eficácia. Ninguém ‘aprende’
a ser esperto. As pessoas ‘ficam’ mais espertas quando aperfeiçoam o dom que
lhes é inato.
Não li e não gostei, do livro “Maestria”, do
escritor Robert Greene – ele foi também o autor de “As 48 leis do poder”: esse
eu também não li, não gostei, e não pretendo ler. Responda rápido: qual a
ciência que afirma que são 48, as leis que tornam uma pessoa poderosa?
A publicidade paga pela editora Sextante
apresenta uma crítica que mostra, por si própria, a vigarice. Diz assim: “Os
pontos fortes de Greene são sua pesquisa e seu dom para contar histórias”. A
Sextante não mentiu; o cara deve ter pesquisado muito, e, provavelmente, é um
grande contador de histórias. Fala também que qualquer um de nós pode percorrer
o caminho para a maestria. Pode ser, mas não é bem assim.
O autor dessas bobagens pretende derrubar o
que ele próprio chama de ‘mitos da sorte e da genialidade inata’. Aí a coisa
pega! Não se pode negar fenômenos como sorte, azar, nem o imprevisível, que
sempre nos surpreende. Quanto à ‘genialidade inata’, por mais inexplicável que
seja, existe e está aí, repleta de exemplos.
Entretanto, é preciso que se diga que nem
toda genialidade leva ao sucesso. Seria Van Gogh um exemplo disso que acabo de
falar? Douglas Engelbart, morto em 2013, inventou o ‘mouse’ – que todos, até
agora, usamos para navegar em nossos computadores. Ele era inteligente? Era.
Era instruído? Era. Ganhou dinheiro com seu invento? Não. Patenteou e vendeu o
ratinho mais barato que um automóvel popular. Quem comprou, ficou bilionário.
Sabe-se lá o motivo de tanta babaquice. Com certeza que um ou uma combinação
dos fatores mencionados no parágrafo acima contribuíram para que a besteira
fosse praticada.
Em verdade, em verdade eu vos digo: Todos os
homens podem ser favorecidos, ou vítimas do acaso, do imprevisível; da sorte ou
do azar. Quem duvida disso é melhor tentar nascer de novo.
Por favor, pense um pouco e não enriqueça
espertos como Lair Ribeiro, padre Lauro Trevisan, e muitos outros que vendem
gato como se fosse lebre.
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