sexta-feira, novembro 15, 2013

IRONIA É TIRO QUE SAI PELA CULATRA


 
Esse maridão se vale de um sarcasmo leve, para
 sensibilizar a sua
 senhora, e fazê-la entender que deve ir à aula de culinária. Mas, como ela é burrinha, vai fazer a comida só com a mão boa.

 
   O FAZEDOR DE INIMIGOS
  Outro dia destes li, em algum lugar, uma frase do excelente cronista Mário Prata, segundo o qual quem escreve faz muitos inimigos. O Capeta já havia observado esse fenômeno na própria carne. Expliquei na época que todos os que conhecem um cronista acreditam que, quando ele escreve alguma coisa parecida com o que lhes aconteceu, foi narrado com a intenção de referir-se a eles. Coincidência? Nem pensar. “Aquele fdp escreveu de propósito, só para me atingir” – é no que acreditam.
  Como quem conta uma história sempre muda uma coisinha ou outra (justamente para não parecer com a história de um conhecido), parece que a coisa piora, pois aumenta o número de “atingidos”.
  O que eles não pensam é que não são os únicos a fazer certas coisas. Nada do que você possa fazer ou ter feito é privilégio da sua criatividade maligna. Milhões o fizeram antes, desde que o homem existe.
 
  OS PERIGOS DO SARCASMO
  Nem todo mundo sabe praticar um sarcasmo fino, sutil. Saber ser irônico é uma arte. O semasiologista usa a semântica para dar recados, enviar mensagens, e até mesmo fazer ameaças. Algumas vezes, só para ser engraçado.
  Ser irônico é dizer algo para afirmar o seu contrário. Mas há um porém: nem todos os leitores têm a capacidade de detectar uma intenção. Muitos fazem interpretações literais, deixando o sarcasmo de lado.
  Particularmente, adoro utilizar esse tipo de recurso retórico. A ironia não é uma forma de comunicação popular. Para ser compreendida, é-lhe necessária uma interpretação do texto por uma mente mais culta, mais elitista.
 
  O grande escritor inglês Oscar Wilde foi um gênio da arte do sarcasmo. Muitos que o citam, nem percebem que as coisas que ele falava servem perfeitamente para os dias atuais – pois o homem em nada mudou.
  Sabe aquela coisa de que “prefiro perder o amigo, mas não perco a piada”? Pois é o que acontece com quem nasceu com o dom de ser irônico. É um comportamento irresistível. Danem-se os ignorantes.
 

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