NINGUÉM ESCOLHEU SER COMO É
Somos o que escolhemos ser, ou apenas frutos
de uma programação que, biologicamente, foi feita de forma aleatória e
imperfeita? Para piorar, a cada dia somos reprogramados pelas experiências
vividas – que nem sempre são boas.
Que somos demasiadamente sugestionáveis, não
há como negar. Somos também hipnotizáveis – mas o que é o hipnotismo senão uma
sugestão?
O próprio desejo sexual que sentimos por
determinados biótipos, independente de serem ou não reconhecidos pela grande
maioria como ‘atraentes’, é uma consistente demonstração de que, além de tudo,
somos vítimas da ‘autossugestão’.
Você já imaginou uma pessoa infectada pela
raiva sem que fosse condenada à morte por isso? Restaria o raivoso vivo. Um
psicopata é como um raivoso que não morre da doença, mas nos atormenta até o
fim de seus dias. Para piorar as coisas, qualquer doença sofre mutações – por conta
própria.
Exatamente por todas essas coisas, acredito
que somos um barco que, de vez em quando, fica à deriva, dependendo da
violência dos mares ou do funcionamento falho da sua própria tecnologia.
Estou querendo dizer que ninguém tem um
perfeito controle sobre si. Estamos sujeitos a ondas gigantes e defeitos de
fabricação; mal comparando, uma tsunami é como um surto de um indivíduo; basta
estar vivo para sofrer um surto. Ninguém está livre disso.
São tantos fatores que nos tornam o que
somos, que nos surpreendemos a nós mesmos, de vez em quando. O leme de que
dispomos é muito pequeno para o tamanho do barco.
O melhor que podemos fazer é lutar contra as
intempéries, que são nossas tendências negativas. Podemos sentir vontade de
matar, mas não nos é permitido cometer o crime. Com tão pouco potencial de
escolha, temos que nos esforçar muito.
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