O SONO E A MALDIÇÃO DA IGNORÂNCIA
Certas atividades favorecem o acúmulo da
bagagem cultural em nós. Artista de teatro, os ‘ólogos’ de modo geral
(antropólogos, sociólogos...), escritores e historiadores, etc.
A escolha de profissões que trazem esses
benefícios obriga-nos a ler muito e estar sempre bem informados. A dificuldade
é lembrar ‘onde’ obtivemos uma informação, pois as comunicações se expandiram,
felizmente, em demasia. Raramente sei em qual mídia determinada informação foi
obtida; Jornal impresso (qual?), tevê, uma revista, um livro? Terá sido na
internet? Em qual site ou blog? Haja memória para guardar esses detalhes, para
os quais nossa memória não dá a menor importância.
Sim, nosso cérebro é muito independente. Não
são poucas as vezes em que decidem sem nos consultar. Acredito que ele também
possui o tal livre-arbítrio – uma espécie de piloto automático.
Andei lendo sobre o ‘sono’ e não foram poucas
as descobertas que fiz. Sabe aquela teoria do personagem Sherlock Holmes, na
qual ele costumava dizer que só aprendia o que era necessário para realizar
seus trabalhos? O detetive acreditava que nossa memória era como um quarto, que
tinha que estar bem arrumado e não muito cheio de coisas inúteis. Só assim
haveria espaço para guardar o que era importante. Sempre acreditei que esse era
um raciocínio interessante, apenas isso.
Bem, até agora. Ao ler pesquisas científicas
sobre o nosso sono, aprendi que o inglês, ‘danadinho’, estava certíssimo. Aliás,
ele ensina outras coisas importantes, como, por exemplo, fugir das mulheres.
Mas isso é outra história.
Outra descoberta importante foi sobre o meu
sono. Eu ficava preocupado por dormir (sou aposentado, lembram-se?) qualquer
hora do dia ou da noite; um sono segmentado, que eu considerava anormal. Pois
aprendi que é muito normal, e sempre acordo relaxado. Faz um bem enorme dormir
quando bate o sono. O artigo científico que li, avisa que é muito feio ter
preconceito com quer dorme durante o dia.
O sono RAM, fase em que dormimos mais
pesadamente e sonhamos, é muito eficaz para arrumarmos nossas ideias. Não raro
encontramos a solução para um problema nessa fase, e acordamos com a nova ideia
na cabeça. Muitas religiões conseguem convencer as pessoas de que foi Deus que
enviou um seu mensageiro para nos ajudar. É a velha mania de se deixar seduzir
pelo sobrenatural. Não é bem uma mania, mas uma maldição da ignorância.
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