Há dois tipos de asno: o que lê e se informa, e os raça pura. O nome desse aí na foto à esquerda é Henrique Pizzolato, e pertence ao grupo dos letrados, aqueles que fazem um plano 'B', para qualquer eventualidade. Afinal, tudo que pode acontecer, acaba acontecendo.
OS INJUSTIÇADOS
Falando da ação penal 470 (mensalão), minha
consciência – que é diferente da do José Dirceu, detecta alguns erros de
interpretação por parte da justiça, no que concerne à dosimetria (os tamanhos)
das penas aplicadas.
Imaginemos, apenas hipoteticamente, que uma
grande quadrilha fosse desbaratada pela polícia; quem você acha que deve
receber a maior pena, o chefe que ordenava os crimes, ou seus peões?
Toda a corrupção descoberta até agora, foi
ordenada e coordenada por líderes políticos do Partido dos Trabalhadores, o PT.
Isso parece-me óbvio. Sem eles, os agentes financeiros e empresariais que
participaram das fraudes, nada poderiam ter feito. A proposta partiu,
evidentemente, de quem estava com as rédeas da política partidária e
governamental.
Os empresários que aderiram ao vergonhoso
episódio trambiqueiro só o fizeram por ter sido cooptados, arregimentados e
convidados a fazê-lo.
Eles merecem punição? Claro que sim, mas não
40 anos – enquanto o poderoso chefão fica impune e seu braço direito nas
falcatruas, abençoado, com apenas 10 anos.
O ÚNICO
ESPERTO
Henrique
Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, foi designado para o cargo por quem
manda no banco: o governo federal. Obedeceu ordens? É evidente que sim. Ganhou
algum dinheiro com isso? É evidente que sim. Ninguém faz ‘trambique’ sem ganhar
algum trocado. Mas o que ele teria a perder? Quem poderia imaginar que a
falcatrua fosse descoberta e, pior, acabasse (perdoem a ironia) ‘do jeitinho
que ainda não acabou’?
Pizzolato fez o que qualquer um que não fosse
idiota deveria fazer: se mandou para a Itália, onde estará seguro, em casa.
Os bobos? A banqueira Kátia e seu diretor,
Valério e sua turma. Faz tempo que dava para perceber onde a corda arrebentaria.
Só cego não viu. Todos tiveram tempo de planejar fugas espetaculares, mas devem
ter acreditado em promessas ‘não sei de quem’. Esqueceram da velha filosofia,
segundo a qual “o futuro é imprevisível, da lei de Murphy, e da principal: todo
mundo mente para conseguir o que quer”.
Não me imagino na situação desses senhores e
senhoras, mas, a gente nunca sabe – portanto eu também teria caído fora.
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