sábado, novembro 16, 2013

ASSUNTO INESGOTÁVEL

Mãe é isso aí: faz mas cobra. Conforte-se, nem todas são assim. Em cada cem mil haverá uma que seja diferente.


  INFINITAMENTE CHATAS 
 
  Você já se perguntou a razão pela qual o dia das mães não ter uma data fixa? Encontrou alguma resposta sensata? Nem vai encontrar. Dia certo para sofrer? Mas eu pensei muito sobre o assunto, pois sou admirador dessas criaturinhas aparentemente frágeis, que nem o Diabo consegue entender. Até certo ponto há uma coerência no meu raciocínio, afinal, toda mãe é uma mulher.
  Ouvi respostas de muita gente, mas nenhuma passou sequer perto da que me convencesse. Até que perguntei ao meu sábio amigo Pascácio – que é ingenuamente sincero. A conversa foi assim:
 
  - Mãe é um negócio complicado – Falou o meu amigo.
  - Isso eu sei – Respondi.
  - Você gosta da sua mãe? – Perguntou-me.
  - Ela já se foi, virou pó – falei, saindo pela tangente.
  - Vou reformular a pergunta. Você sente saudade dela?
  - Não! Definitivamente não!
  - Ela foi má para você?
  - Depende do ponto de vista. Foi mestra na arte da manipulação. Aliás, todas as mães o são, mas ela era Phd.
  - Houve alguma coisa positiva na forma de ela exercer a maternidade?
  - Bem, não sei; ela dava com uma das mãos e tirava com a outra. Minhas mágoas superam em muito qualquer coisa boa que ele tenha feito.
  - O normal é todo filho gostar da sua mãe, certo?
  - Duvido disso – respondi. – Pode ser o comum, mas daí pra ser normal há uma distância enorme, abissal. Nossa sociedade ensina que devemos amar nossa mãe... Devemos porquê? As emoções são uma via de duas ‘mãos’; quando você percebe – ou finalmente aceita – o fato de que sua mãe queria fazer de você uma marionete, pode então parar de mentir para si e para os outros. Nesses casos, falta coragem para dizer o que pensa.
  - Coragem? Por quê motivo?
  - Quando nascemos, sem a menor opção de escolha do lugar onde iremos nascer, recebemos duas lavagens cerebrais. A primeira é que mãe é a melhor coisa do mundo. A segunda é que fomos criados por Deus. Minha sorte – falei – é que descobri as farsas antes de morrer, e posso levar este final de vida com mais alegria, com mais leveza.
  - Mas isso não pode ter acontecido só com você? Como saber se outras pessoas sentem o mesmo?
  - Sobre as mães, minhas ideias estão corretas. As poucas pessoas em quem confiava e que confiavam em mim – e para quem perguntei sobre o assunto, foram habilmente convencidas por mim a serem sinceras. Desenterraram as mágoas. Culparam as mães por tudo de ruim que lhes aconteceu na vida.
  - Mas essa não é uma pesquisa que se possa fazer com muita gente.
  - Sei disso – respondi. – Mesmo assim, o placar foi ‘6x0’ – contra as mães. As pessoas não falam para não serem mal vistas pelos outros. É que “pega bem” aparentar ser um filho atencioso, amoroso e agradecido. Somos admirados por sermos assim. Mãe boa é a leoa, ou a ursa.
  - Você acredita que alguém goste sinceramente das mães – Perguntou meu amigo.
  - Acredito: os psiquiatras e psicólogos, que vivem das mães dos outros. Eles sabem que elas são a origem de todos os males. Ah, e os gays, que só vivem felizes quando contam com o apoio da mamãe.
 
Adendo: É bom não esquecer que, na maioria das vezes, você foi feito apenas por um prazer egoísta que sua mãe teve.
 

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