sexta-feira, setembro 06, 2013

UM PAPO SOBRE SAUDADE

Sabe uma coisa de que todo mundo tem saudade? Do primeiro amor! Ele chega muito cedo e nem percebemos que se foi. Mas que é lindo, é. Você se entrega embrulhado pra presente.
      SAUDADE
   - Você sabe o que é a saudade?
   - Acho que é sentir falta de alguém, ou de uma época que se foi.
   - Já viu no dicionário?
   - Já. É uma lembrança nostálgica, se a memória não me falha.
   - É bom sentir saudade?
   - Algumas vezes, sim. Mas pode não ser, quando nos atormenta. Sentir saudade e pensar no que passou exige um certo equilíbrio emocional.
   - Ninguém vive sem lembranças, boas e más.
   - Nisso estou de acordo. Há lembranças que não trazem saudade, mas não há saudade que não seja feita de lembranças.
   - Penso que não é tão simples sentir saudade.
   - Essa eu não entendi.
   - O que quero dizer é que há muitos tipos de saudade. E de tamanhos variados. Umas alegram nosso coração, outras chegam a nos entusiasmar. Mas há um tipo de saudade que não é muito nítida dentro de nós. É a saudade sentida na velhice.
   - Em que ela é diferente da saudade de um jovem?
   - Algumas vezes é saudade do que poderia ter sido. É típica de quem passou dos 50 ou 60. Tem a ver com arrependimento. É rever o passado e constatar que poderíamos ter agido de outra maneira – e obtido resultado diferente. Isso é comum. Quando começamos a raciocinar dessa forma, é sinal que estamos ficando mais sábios.
   - Então você está dizendo que toda pessoa velha sente arrependimento? Não acho que isso seja saudade. Saudade deveria ser uma emoção que nos transporta ao passado que foi bom.
   - Como já repeti mil vezes, não existe uma definição completa, que abranja todos os aspectos de um substantivo ou adjetivo. Todavia, há quem pense que o reconhecimento dos erros cometidos há muitos anos pode trazer uma melhor compreensão das coisas e, consequentemente à releitura dos fatos, uma satisfação pelo nosso próprio crescimento.
   - Você seria capaz de explicar por que são necessários anos para que tenhamos essa compreensão?
   - Acredito que sim. Nem sempre são anos. Algumas vezes bastam alguns minutos ou horas. As coisas acontecem muito rapidamente, e nossas mentes não conseguem ser tão ligeiras. Não há tempo para refletir antes de dar uma resposta. O que você acha que fazemos nessa hora? Vamos buscar um cenário em que algo parecido aconteceu antes e reagimos como se fossem fatos iguais. Nunca são.
  


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