segunda-feira, setembro 16, 2013

SUICÍDIO DEVE SER UMA ESCOLHA PENSADA

Cada suicida tem seus motivos para deixar esta vida. Admiro os que não se matam num momento de tensão ou estresse crítico. A morte pelas próprias mãos deve ser um ato refletido, um ato libertador.
 
 

   VIVER OU MORRER
 
   As pessoas falam muita besteira. Ninguém pode falar sobre como alguém se sente; nem presumir, pois cada ser reage de uma maneira a um mesmo problema.
   Conheci uma mulher, jovem e bonita, que assistiu seu filho ser atropelado e morrer. Ficou louca. Mas há mulheres que superaram – não a dor, mas aprenderam a conviver com ela.
   Os humanos (os bichos também) têm reações nada semelhantes aos outros de sua raça; é que as peças de que fomos feitos, estão ‘organizadas’ de modo diferente – apesar de projetadas para uma mesma finalidade. Uma prova do que estou dizendo é: você duvida que há pessoas muito burrinhas, enquanto outras são inteligentíssimas?
 
   Sair das trevas da ignorância não é para qualquer um. Um sábio falou, certa vez: “Prefiro um inimigo culto a um amigo ignorante”.
   Bem, você pode argumentar que todo sábio já foi ignorante. Verdade. Mas um ignorante burro jamais será um sábio; há pessoas que não conseguem – ou levam tempo demais, para absorver conhecimentos simples sobre a própria vida. Elas riem da primeira piada depois que o contador acabou a segunda.
   O maior problema dos ignorantes insistentes é que eles não aprendem; o que lhes foi ensinado desde a infância ou a juventude tende a permanecer como verdades absolutas; é comum que tenham grande dificuldade para aceitar outra verdade – o que pode, acredite, levar anos.
 
   Raramente uma pessoa com deficiência de inteligência comete suicídio. Muitos homens de grande cultura, ao longo dos tempos, suicidaram-se. O grande escritor Stephan Zweig e o franco-brasileiro Santos Dumont decidiram, após muita reflexão, acabar com a própria vida. Ambos tinham boa situação financeira e faziam sucesso. O que aconteceu, então? Ninguém pode saber, pelo menos não com toda segurança; imagino que tenham percebido – através do crescimento intelectual, que a vida não é lá essas coisas. Grandes intelectuais já perceberam que viver é buscar o inalcançável. A maioria das pessoas só é boa quando lhes faltou oportunidade para fazer maldades sem risco de serem punidas.
 
   Para os que tiveram uma boa compreensão do que é a vida, sem expectativas utópicas, viver não é muito engraçado. Só quem aprendeu – isso é muito raro – a não desejar com sofreguidão aquilo que não possui, é quem tem a remota possibilidade de estar bem e encontrar prazeres incríveis, que não dependam de ‘status’ ou dinheiro em demasia.
   Aqueles que condenam o suicídio e até falam dele com horror, não conhecem o verdadeiro significado de dignidade e coragem. Espero que o leitor não pense que pretendo matar-me. Quem sabe um dia? Mas não por enquanto.    

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