sábado, setembro 14, 2013

A VIDA NÃO É UMA FESTA

O que é sorte para alguns, não necessariamente o é para outros. Depende de como você arrumou suas ideias na cabeça, e se alguma ideia nova não desarrumou tudo, criando o caos.

   A DIFÍCIL ESCOLHA IMPOSSÍVEL

   Quem você quer ser? Reformulando: Como você gostaria de ser? Tentando tornar a pergunta mais inteligível: A vida de quem você gostaria de ter vivido?
   Todos nós admiramos alguém que se destacou em algum campo profissional. Certamente você conhece pelo menos alguns pontos da biografia de alguém cujo feito surpreendeu ou alterou a vida de todos nós. Uma ressalva: não me refiro a celebridades tipo... Você sabe! Falo de gente como Shakespeare, Pablo Picasso, Napoleão, Santos Dumont, Steve Jobs, Nelson Mandela, e tantos outros que consideramos modelos a seguir.

   Para um simpatizante do Nazismo, é provável que gostaria de ter sido Hitler. Um político ficaria feliz em ter sido Lincoln ou ser como Lula – muita gente gostaria de ter a vida dele, acredite! Que tal um filósofo inesquecível, como Sêneca?
   O que sei sobre essa gente é que suas vidas não foram exatamente um mar de rosas. Napoleão, se você o admira, teve uma vida que mais parecia um elevador, de tanto que ele subiu e desceu; Santos Dumont, recebido com deferência pela melhor sociedade de Paris, não andava muito contente: suicidou-se; Sêneca possuia sabedoria e alcançou um poder invejável – mas caiu em desgraça e foi ‘suicidado’ pelo imperador Nero; Steve Jobs morreu de câncer ainda jovem, e teve a pior morte para alguém como ele: a morte anunciada, que nos exige fazer muitas coisas em pouco tempo; Nelson Mandela passou 27 dos seus melhores anos numa cadeia fétida.
   A lista de famosos infelizes e decepcionados com a própria vida é enorme, incapaz de caber em milhares de páginas. Minha conclusão é que quanto mais famosos, mais a vida nos cobra por isso. Fora aqueles que não conheceram a fama, que chegou após suas mortes, como é o caso do escritor Kafka ou o pintor Van Gogh – e que também tiveram uma vida trágica.

   O conselho do Capeta é que “seja você mesmo”; não pretenda seguir o caminho de ninguém – já é muito difícil descobrir quem somos e o que queremos de fato. Fama e prestígio são como dinheiro: ajudam a viver, mas não garantem satisfação. Ah, e nunca ache que poderia ter feito da sua vida coisa melhor. Se pudesse, teria feito. O livre arbítrio é apenas uma meia verdade. Não temos controle total sobre absolutamente nada.

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