domingo, setembro 29, 2013

A EXPERIÊNCIA É UMA ILUSÃO

O homem repete tudo, principalmente os erros. Geração após geração, continuamos os mesmos. Nada nos desvia de nossas más-intenções.
 
 
 
   PARA QUE SERVE A EXPERIÊNCIA?
 
   A resposta a essa questão parece óbvia, mas não é. Teoricamente espera-se que a experiência nos ajude a não cometer erros; pelo menos ‘os mesmos erros’, mas não é o que ocorre. Fazemos besteiras e... continuamos fazendo; pior, repetimos os mesmos erros diversas vezes.
   Mas então, será que nunca aprendemos? Aprendemos, nos casos em que a importância é pequena; quando são assuntos que podem mudar nossa vida, agimos de acordo com nossa personalidade – essa que trazemos do berço.
 
   Quem se deixa dirigir pelo desejo sexual, vai ser assim por toda a vida. Igualmente o que tem tendência a ser corrupto. Há certas características que não mudam.
   Se a humanidade aprendesse com a experiência, não haveria mais guerras. No entanto, desde que existe algum registro da nossa história, nunca o mundo viveu em paz; a guerra parece indispensável ao ser humano.
 
   Após uma experiência em que nos demos mal, costumamos racionalizar e decidimos, caso haja uma próxima vez, não repetir a atuação desastrosa. Tornamo-nos bem-intencionados; afinal, acabamos de passar por um sufôco. Entretanto, temos que fingir que podemos ser diferentes do que realmente somos; a intenção, qualquer intenção, é movida pela emoção do momento – e toda emoção é finita.
   Quando o efeito sofrido vai ficando distante, vamo-nos esquecendo das lições aprendidas. A nossa personalidade, o nosso DNA, ou seja lá o que for que nos norteia, vai-se tornando preponderante, forte.
 
   A adaptabilidade dos homens às situações novas é reconhecida pela ciência. Mas isso só é possível porque nossa memória emotiva vai enfraquecendo com o tempo. Até quase desaparecer completamente.
   Conheço certos indivíduos que gostam de mulheres casadas – com outros, é claro! Um belo dia, isso sempre acaba em confusão. Se o marido traído não for manso, o Casanova vai suar frio, vai sentir medo da reação. Nesse momento, ele racionaliza e jura, para ele mesmo, que nunca mais ‘olhará’ para uma casada – exceto a sua mulher.
   Passado o susto, o ‘meliante’ vai ficando mais leve até que sua consciência não mais pesará. Ao contrário, sentirá orgulho da ‘façanha’. Isso significa que logo estará pronto a correr novos riscos, com igual ou maior magnitude.
 
   Na verdade, a tão falada experiência de pouco nos serve. Ela é sempre vencida pelo nosso desejo, seja ele qual for. Toda intenção é temporária.
 


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