O homem repete tudo, principalmente os erros. Geração após geração, continuamos os mesmos. Nada nos desvia de nossas más-intenções.
PARA QUE SERVE A EXPERIÊNCIA?
A resposta a essa questão parece óbvia, mas
não é. Teoricamente espera-se que a experiência nos ajude a não cometer erros;
pelo menos ‘os mesmos erros’, mas não é o que ocorre. Fazemos besteiras e...
continuamos fazendo; pior, repetimos os mesmos erros diversas vezes.
Mas então, será que nunca aprendemos?
Aprendemos, nos casos em que a importância é pequena; quando são assuntos que
podem mudar nossa vida, agimos de acordo com nossa personalidade – essa que
trazemos do berço.
Quem se deixa dirigir pelo desejo sexual,
vai ser assim por toda a vida. Igualmente o que tem tendência a ser corrupto.
Há certas características que não mudam.
Se a humanidade aprendesse com a
experiência, não haveria mais guerras. No entanto, desde que existe algum
registro da nossa história, nunca o mundo viveu em paz; a guerra parece
indispensável ao ser humano.
Após uma experiência em que nos demos mal,
costumamos racionalizar e decidimos, caso haja uma próxima vez, não repetir a
atuação desastrosa. Tornamo-nos bem-intencionados; afinal, acabamos de passar
por um sufôco. Entretanto, temos que fingir que podemos ser diferentes do que
realmente somos; a intenção, qualquer intenção, é movida pela emoção do momento
– e toda emoção é finita.
Quando o efeito sofrido vai ficando
distante, vamo-nos esquecendo das lições aprendidas. A nossa personalidade, o
nosso DNA, ou seja lá o que for que nos norteia, vai-se tornando preponderante,
forte.
A adaptabilidade dos homens às situações
novas é reconhecida pela ciência. Mas isso só é possível porque nossa memória
emotiva vai enfraquecendo com o tempo. Até quase desaparecer completamente.
Conheço certos indivíduos que gostam de
mulheres casadas – com outros, é claro! Um belo dia, isso sempre acaba em
confusão. Se o marido traído não for manso, o Casanova vai suar frio, vai
sentir medo da reação. Nesse momento, ele racionaliza e jura, para ele mesmo,
que nunca mais ‘olhará’ para uma casada – exceto a sua mulher.
Passado o susto, o ‘meliante’ vai ficando
mais leve até que sua consciência não mais pesará. Ao contrário, sentirá
orgulho da ‘façanha’. Isso significa que logo estará pronto a correr novos
riscos, com igual ou maior magnitude.
Na verdade, a tão falada experiência de
pouco nos serve. Ela é sempre vencida pelo nosso desejo, seja ele qual for.
Toda intenção é temporária.
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