QUE MUNDO É ESSE?
O mundo está
insatisfeito. Viver foi substituído por sobreviver. Sobreviver significa tentar
mudar. Queremos mudar quando estamos infelizes por ser como somos. Ou por viver
como vivemos. Os sintomas estão aí mesmo, para todo mundo ver e ouvir. Africanos
morrem aos milhões, vítimas da fome, das guerras internas, das doenças, e da
exploração dos que se aproveitam das suas fraquezas. Árabes depõem ditadores e os
substituem por outros ditadores – ou por nada, numa transição que não termina;
praticam religiões cujos líderes estimulam à violência; têm sede de sangue e
não valorizam a vida. Americanos do norte protestam contra o seu ‘modo
de vida’, que antes era motivo de orgulho; e fazem guerras inúteis. Sul Americanos derrubam presidentes por que fazem algo, ou por
que não fazem nada. Europeus, tendo que
cortar da própria carne, apontam a falibilidade de suas fórmulas mágicas.
Tanta insatisfação
e infelicidade apontam, equivocadamente, para a única solução que não resolve
nada: a busca desesperada pela acumulação de bens. Para alcançar esse nirvana
utópico, roubamos, enganamos, trapaceamos, tudo em benefício próprio, sem nos
importar com nossos vizinhos. Nem percebemos que é impossível ser feliz
cercados de pessoas infelizes, ressentidas, magoadas e injustiçadas. Vivemos
uma era em que
ter é mais importante do que ser. Os
homens sempre foram imperfeitos, ambiciosos e egoístas, mas, nos dias atuais,
essas imperfeições adquiriram proporções gigantescas; hoje, não ter muito
dinheiro é sinônimo de infelicidade. Faço minhas as palavras do grande filósofo
Nietzsche: “Diante do pouco prazer que basta à
maioria dos homens para acharem a vida agradável, como lhes admiro a modéstia”. Não resisto à tentação de citar mais um pensador
(David Geffen) que, do alto de sua sabedoria, sentenciou: “Ser feliz é mais difícil do que ter dinheiro. Qualquer
um que pense que o dinheiro o fará feliz, não tem dinheiro”.
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