segunda-feira, junho 25, 2012

   AQUILES NÃO É NOME DE CALCANHAR


   Estamos vivendo a ‘era das comunicações’. Nunca o planeta ficou tão pequenino. Tudo se ouve, vê e sabe, até mesmo - e principalmente - o que não era para ninguém saber. Ou o que aconteceu somente e apenas na imaginação de alguns. Afinal, às pessoas não precisam de prova alguma: elas acreditam no que gostariam que fosse verdade. Bem, vamos deixar esse negócio de ‘provas’ para nossos brilhantes juristas e seus processos complicados.
   Como eu ia dizendo, nunca os humanos enfrentaram tanta dificuldade para entender uns aos outros. Isso só aumenta a riqueza dos juristas, que recebem seu pagamento, merecendo ou não. Fico imaginando o pobre juiz, que ganha seus míseros vinte e poucos mil por mês, o que deve pensar na hora de decidir quem vai ganhar a briga. Falo desses cada vez mais comuns ‘causos’ em que sabemos quantos milhões os advogados recebem para mandar seus estagiários fazerem o trabalho pesado. 
   Ainda não entrei no verdadeiro assunto desta crônica. O título “Ele Disse, Ela Disse” refere-se à total falta de comunicação entre homens e mulheres que se envolvem numa relação afetiva. Isso ocorre com frequência por causa das escolhas erradas. ‘Um intelectual ficou excitado ante a beleza e formosura da garçonete, a qual, é óbvio, ficou envaidecida pelo interesse e decidiu retribuir’. Você, leitor, tem alguma dúvida que se esse namoro for em frente vai dar errado? É que a gostosura é ótima pra se olhar, tocar, mas nunca para ouvir e conviver. E não estou falando que a moça não é gente boa, ou que o moço é um bom caráter. O idioma em que eles se comunicam pode ser parecido, mas as linhas de raciocínio seguirão paralelas até o infinito.  
   Esse fenômeno é constante nas relações entre duas pessoas. Até mesmo quando não há interesse sexual, apenas amizade. Geralmente o que mais sofre é o que possui um número maior de neurônios. O que está no andar de baixo até aproveita para aprender algumas coisinhas, mas pode crer que, sendo relação com envolvimento, vai sempre acabar mal; se for só amizade, há que se ter o cuidado de não ter encontros frequentes. Quando o convívio é grande, nem uma simples amizade resiste. Essa é a explicação lógica para que os grandes milionários casem entre si. Eles têm um modo de ver a vida que é único. Qualquer tentativa que contrarie suas ‘regras não escritas’, está condenada ao fracasso.



     

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