terça-feira, junho 26, 2012

A LENDA DA 'MORTE CERTA'

A grande surpresa da vida é a morte. Mesmo aguardada desde sempre, ela consegue nos surpreender.

  OS TRÊS PODEROSOS
   Dona Morte é uma senhora com reações curiosas. Como todo mundo sabe – ou pelo menos acredita saber -, a única certeza que temos ao nascer é que morreremos algum dia, geralmente quando menos esperamos. O tema é bastante controverso. Há a turma que pensa ser Deus quem decide quando deixaremos este mundo. No outro time, jogam os que acreditam que dona Morte tem autonomia para decidir. Para nós, que cedo ou tarde vamos deixar esta vida, essa discussão não faz muito sentido. Particularmente, creio que a morte tem autonomia para decidir quando quer aparecer, e Deus e o Diabo não têm tanto poder assim.
   Mas a Morte (diz a lenda) não tem chefe. Esse é o motivo para tanta gente que merecia esticar as canelas continuar vivendo para atormentar os outros. Tenho certeza que você, meu leitor, já disse ou pensou que “Tendo tanta gente ruim para morrer, por que logo o fulano, uma pessoa tão boa?” Parece óbvio que a resposta é que foi ela, a maldita, quem resolveu que seria assim. O Diabo só emite os ‘passaportes’ para nossa viagem final – com o auxílio do consulado americano para dar o ‘visto’.  A Morte é poderosa, mas conheço uma mulher que passou a megera prá trás. Ela se aproveitou de uma conjunção de fatores ocorridos por obra do Acaso, e frustrou a velha sádica. Preciso esclarecer que o Acaso é talvez o ser que mais poder detém. Ele faz pouco caso de Deus e do Diabo, tidos como os grandes líderes deste mundo louco. Em algumas culturas é conhecido como Sorte ou Azar. 
   A pessoa que enganou a Morte usou a esperteza como arma. Sabedora de que a ‘bandida’ sentia prazer em nos fazer sofrer e ter medo dela (a Morte é uma psicopata), tratou de fingir estar contente por sua hora ter chegado. Demonstrou muita alegria quando a Morte foi se aproximando, e deu-lhe as boas vindas com um sorriso nos lábios. Falou que estava ansiosa para encontrar Satanás – que sempre foi seu ídolo. Ante a surpresa da encarquilhada criatura, acrescentou que ‘também’ era psicopata, e não sentia medo, dor, ou piedade. Esse comportamento, amistoso demais alterou profundamente o humor da Morte, antes alegre e motivada para cumprir sua tarefa.  Como não podia aceitar que alguém fosse levado sem medo e sem dor, a quase vítima teria que viver até que a ciência dos homens descobrisse a cura para a psicopatia. Decidiu que só  levaria os psicopatas quando eles estivessem curados. Por causa disso, o mundo está cada vez mais repleto de loucos. Temos psicopatas pra todos os gostos, de todos os tipos e raças, nos quatro cantos do mundo. Os três poderosos (Deus, o Diabo e o Acaso) não se entendem.
 

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