sábado, março 15, 2014

REPETIMOS NOSSOS ERROS

Somos assim, como diz o Tyler no cartaz ao lado. Apesar disso, nos orgulhamos de ser racionais. Somos mesmo? Pensando bem, nosso orgulho é mal direcionado, voltado para coisas que não têm a menor importância. Mas quem é capaz de mudar?



 
   PARA QUE SERVE A EXPERIÊNCIA?
 
   A resposta a essa questão parece óbvia, mas não é. Teoricamente espera-se que a experiência nos ajude a não cometer erros; pelo menos ‘os mesmos erros’, mas não é o que ocorre. Fazemos besteiras e... continuamos fazendo; pior, repetimos os mesmos erros diversas vezes.
   Mas então, será que nunca aprendemos? Aprendemos, nos casos em que a importância é pequena; quando são assuntos que podem mudar nossa vida, agimos de acordo com nossa personalidade – essa que trazemos do berço. E nossa personalidade sempre “decide” a favor de si mesma.
 
   Quem se deixa levar pelo desejo sexual, vai ser assim por toda a vida. Igualmente o que tem tendência a ser corrupto. Há certas características que não mudam com o passar do tempo. O que aprendemos é a enganar melhor.
   Se a humanidade aprendesse com a experiência, não haveria mais guerras. No entanto, desde que existe algum registro da nossa história, nunca o mundo viveu em paz; a guerra parece indispensável ao ser humano. Como qualquer animal, o homem “escolhe” seu território e vai à luta por ele. Qualquer que seja o sentido que você der para ‘território’.
   Após uma experiência em que nos demos mal, costumamos racionalizar e decidimos, caso haja uma próxima vez, não repetir a atuação desastrosa. Tornamo-nos mais ajuizados, afinal, acabamos de passar por um sufôco. Entretanto, temos que fingir que podemos ser diferentes do que realmente somos para nos sentirmos maduros. A emoção, qualquer emoção, é movida pelo momento, e o momento passa depressa demais.
   Quando o efeito sofrido vai ficando distante, vamo-nos esquecendo das lições aprendidas. A nossa personalidade, o nosso DNA, ou seja lá o que for que nos norteia, vai-se tornando preponderante, forte.
 
   A adaptabilidade dos homens às situações novas é reconhecida pela ciência. Mas isso só é possível porque nossa memória emotiva vai enfraquecendo com o tempo. Até quase desaparecer completamente.
 
   Conheço certos indivíduos que gostam de mulheres casadas – com os outros, é claro! Um belo dia, isso sempre acaba em confusão. Se o marido traído não for calmo, o Casanova vai suar frio, vai sentir medo da reação. Nesse momento, ele racionaliza, e jura para si mesmo que nunca mais ‘olhará’ para uma casada – exceto a sua mulher, que, a bem da verdade, é para quem menos ele olha.
   Passado o susto, o ‘meliante’ vai ficando a cada dia mais leve, até que sua consciência não mais pesará. Ao contrário, sentirá orgulho da ‘façanha’, que fará parte das suas histórias vividas. Isso significa que logo estará pronto a correr novos riscos, de igual ou maior magnitude.    
 
   Na verdade, a tão falada experiência de pouco nos serve. Ela é sempre vencida pelo nosso desejo, seja ele qual for. Toda intenção é temporária. Os bons propósitos duram enquanto durar o medo.  

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