O momento de mudar sempre chega para todos. O difícil é saber como contar que chegou a hora. O melhor é ir treinando desde o começo.
AMOR É O QUÊ?
Muita gente séria nem acredita que ele
exista, pelo menos não entre homem e mulher. O que chamamos de amor não passa
de um sentimento de propriedade que temos por alguém que tem ideias próprias, e
que nos dá trabalho manter sob, digamos, controle.
A tolerância, tão necessária para que os
casais continuem juntos, é uma concessão que fazemos para não correr riscos de
perder o outro. Mas apenas enquanto nosso interesse em manter a relação é maior.
Basta que alguém mais atraente (não me refiro apenas à parte física) nos
sensibilize e se forme em nossa mente como uma possibilidade real de uma vida a
dois melhor, e tudo começa a desandar. Lentamente.
No fundo, estou tentando dizer que apenas o
desejo e o interesse são capazes de tornar uma relação duradoura. Mas nada é
para sempre. A vida nos surpreende com mudanças em situações que antes
proporcionavam certa estabilidade emocional.
Mas nosso gosto por certas coisas muda. Nosso
senso estético se altera, assim como nosso paladar. Conforme amadurecemos,
nossas preferências são constantemente alteradas, fruto de experiências vividas
que nos marcaram – mesmo que nem tenhamos percebido.
Se você discorda do que eu disse até agora,
então, por favor, explique a causa do fim de um ‘grande amor’. Estou falando
daquele amor pelo qual você seria – ou foi - capaz de fazer qualquer coisa,
cometer qualquer desatino. OK, eu também não sei explicar, mas sei que funciona
assim.
Mesmo sendo ‘centrados’, todos esperamos dos
parceiros algo que não sabemos como dizer ou mesmo nem sabemos que esperamos.
Ninguém sabe exatamente o que quer e procura. Algumas afinidades vão surgindo
com a convivência – coisas que nem sabíamos que nos agradariam.
Sim, estou afirmando que nunca seremos
capazes de prever como será nossa vida com outra pessoa. Instintivamente, o ser
humano é um ‘expert’ na arte da dissimulação – sem a qual nunca haveria um
mínimo de paz. Aprendemos, através de milênios, que dissimular é importante
para a sobrevivência.
Mas e o amor, onde fica? Não fica, pois o
único amor que existe é o que sentimos por nós mesmos, pela nossa zona de
conforto e satisfação. Fora dela, precisamos partir em busca da esperança
utópica e inesgotável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário