domingo, março 23, 2014

A FALA DE QUEM SABE O QUE DIZ

Cometer erros faz parte da natureza humana. Repetir os mesmos erros por séculos... É burrice. Somos um povo que levou muito a sério o fato de podermos errar. Pecamos pelo exagero. Agora, não conseguimos parar de errar.
 
 
  A ENTREVISTA
 
  Acabei de assistir pela Globonews a entrevista que o ministro Joaquim Barbosa concedeu ao jornalista Roberto D’Ávila. Conhecendo um pouquinho o gosto dos brasileiros, creio que muitos ficaram decepcionados pelo fato de os temas polêmicos terem ficado nas entrelinhas.
  Eu gostei muito. Tanto do entrevistador como do entrevistado. Estou convencido que o presidente do STF é um grande homem. E que grandes homens não têm raça.
 
  Sem a menor pretensão de comparar-me ao ministro, senti que pensamos de maneira parecida (ou igual) em muitos aspectos. Inclusive o que pensamos sobre o ex-presidente que o nomeou para o supremo – e que deu um tiro no próprio pé. Lula imaginou que contaria com Joaquim Barbosa para tudo o que precisasse. Até teria contado, se fosse um homem honesto, com propósitos honestos.
 
  As irritações do ministro? Compreensivas, dentro do contexto político em que não é fácil ser decente. Argumentar para quem não quer ver as coisas como são, para ‘chicaneiros’, não é simples como pode parecer. É irritante. Apesar de mais velho que Barbosa, eu teria reagido, em determinadas situações, com mais rispidez do que ele.
 
  A diplomacia, assim como os governos, é um mal necessário. Não é fácil dizer sem dizer. Fazer conchavos beira à imoralidade.
  Permito-me falar que imagino o que o ministro sofreu (e sofre) por causa do racismo mal disfarçado. Ou mesmo sem disfarce algum. Só quem foi tratado com algum tipo de preconceito pode fazer ideia do que é isso. Não gosto de evangélicos, mas acredito que há evangélicos bem-intencionados, assim como padres católicos. Não são a maioria.
 
  Outra parte importante da entrevista deu-se quando ele foi perguntado sobre se as penas impostas aos condenados do mensalão foram pesadas além da conta. “Ao contrário, foram até muito leves, se comparadas a...” – foi a resposta. Eu penso como ele.
 
  Joaquim Barbosa não seria um bom presidente da república. Não no meio de tantos interesses escusos, tanta roubalheira, tantas más intenções. Talvez ele seria um bom presidente na Bélgica, na Suécia, ou na Finlândia. Não no Brasil.  
 
 

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