BRASILEIRO NÃO MOSTRA O QUE SENTE
Tenho lido pesquisas sobre a felicidade dos
povos em várias partes do mundo, não sem discordar dos resultados. Minha
opinião é que o brasileiro, apesar do razoável e aparente bom humor, está mais
para infeliz. Essa é sua maneira de fugir da realidade.
Quem me diz que é assim? Há vários ‘sinais’
que apontam para a tristeza, a começar pelas letras da nossa música – quando
até mesmo os ritmos mais alegres falam de sofrimento.
Outro exemplo? O carnaval. Existe uma fuga da
realidade que seja mais evidente? Faz tempo que esses dias deixaram de ser
românticos. Hoje o que se vê é uma explosão de violência generalizada, uma
bebedeira, para não falar das drogas mais pesadas, que são usadas o ano
inteiro. Acaso não é a droga que nos faz ‘viajar’ para outra realidade
inexistente?
Os protestos nas ruas, para mim, são ainda um
pequeno e incipiente aviso, a dizer que “estamos cansados de sofrer”. Da mesma
maneira que surrar e amarrar ladrões aos postes são para comunicar que estamos
cansados de ser roubados, de correr risco de morte sem qualquer motivo. De sair
de casa sem a certeza de que vamos voltar.
Ser brasileiro, hoje, é ser deprimido,
estressado, ansioso por não saber como será o dia de amanhã. E, por favor, não
me venha dizer que você é diferente do que acabo de dizer. Eu sei que eu e você
somos exceções. Estou falando da maioria, da imensa maioria, habituada a sofrer
calada.
Somos um povo que não se envergonha de roubar. É que a
única esperança que o brasileiro tem de ser feliz é ficando rico. Ele
pensa e acredita nisso. Antes não tivéssemos sido “descobertos” por Pedro Álvares
Cabral, que, para piorar as coisas, deixou um descendente no palácio da
Guanabara.
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