sábado, março 08, 2014

BRASILEIRO ADORA UM POSTE



 
  BRASILEIRO NÃO MOSTRA O QUE SENTE
 
  Tenho lido pesquisas sobre a felicidade dos povos em várias partes do mundo, não sem discordar dos resultados. Minha opinião é que o brasileiro, apesar do razoável e aparente bom humor, está mais para infeliz. Essa é sua maneira de fugir da realidade.
 
  Quem me diz que é assim? Há vários ‘sinais’ que apontam para a tristeza, a começar pelas letras da nossa música – quando até mesmo os ritmos mais alegres falam de sofrimento.
 
  Outro exemplo? O carnaval. Existe uma fuga da realidade que seja mais evidente? Faz tempo que esses dias deixaram de ser românticos. Hoje o que se vê é uma explosão de violência generalizada, uma bebedeira, para não falar das drogas mais pesadas, que são usadas o ano inteiro. Acaso não é a droga que nos faz ‘viajar’ para outra realidade inexistente?
 
  Os protestos nas ruas, para mim, são ainda um pequeno e incipiente aviso, a dizer que “estamos cansados de sofrer”. Da mesma maneira que surrar e amarrar ladrões aos postes são para comunicar que estamos cansados de ser roubados, de correr risco de morte sem qualquer motivo. De sair de casa sem a certeza de que vamos voltar.
 
  Ser brasileiro, hoje, é ser deprimido, estressado, ansioso por não saber como será o dia de amanhã. E, por favor, não me venha dizer que você é diferente do que acabo de dizer. Eu sei que eu e você somos exceções. Estou falando da maioria, da imensa maioria, habituada a sofrer calada.
  Somos um povo que não se envergonha de roubar. É que a única esperança que o brasileiro tem de ser feliz é ficando rico.  Ele pensa e acredita nisso. Antes não tivéssemos sido “descobertos” por Pedro Álvares Cabral, que, para piorar as coisas, deixou um descendente no palácio da Guanabara.    
 

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