ESTÃO PERDENDO A GRAÇA
Carnaval e futebol estão menos prestigiados
no Brasil. Será que isso significa um certo amadurecimento da plebe? Os
estádios estão vazios, e a animação de Momo era maior quando ele era mais
gordo.
Qualquer mudança no comportamento das pessoas
é resultado de várias causas, mas nesses dois, em particular, creio que a
excessiva comercialização dos eventos é a principal.
No futebol, os clubes padecem de um
endividamento crônico, e sempre estão descobrindo maracutaias para alguém
ganhar um extra. Consequência: nossos times são medíocres, compostos por
jogadores idem. Está perdendo a graça.
O carnaval virou caso de polícia, onde o
dinheiro está falando mais alto do que a antiga paixão. A simplicidade deu
lugar ao luxo excessivo, e todas as escolas estão profissionalizadas. Quem
pagar, desfila. O resultado é um bando cada vez maior de gringos que não têm
samba no pé desfilando na avenida. Popozudas que também esperam faturar muito
tomaram o lugar das sambistas de verdade. E, convenhamos, tudo virou uma orgia
só. A ‘putaria’ tomou o lugar das brincadeiras inocentes.
O excesso de sexo não cai bem em festas
populares. Está perdendo a graça.
É claro que outros motivos têm contribuído
para esse estado de coisas. O povão está um pouquinho (eu disse só um
pouquinho) mais politizado, e descobriu que existem coisas mais importantes. Um
sintoma disso é que jamais alguém poderia ter previsto, até poucos anos atrás,
que haveriam protestos contra a realização da copa no Brasil.
Os blocos de rua também mudaram. Trocou-se
qualidade por tamanho. Bem, a Bahia já está desinventando o carnaval. Lá eles
apelidaram de ‘carnaval do axé’, seja o que for que axé signifique. Coisa
besta!
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