quinta-feira, março 13, 2014

EU SOU ASSIM! SERÁ MESMO?

Não diga como você é, pois nem mesmo você sabe ao certo. No fundo, quando nos auto definimos, estamos apenas externando a concepção de como gostaríamos de ser vistos ou sentidos.



 
  QUEM É QUEM
 
  Não me diga que você conhece profundamente alguém. Não conhece. Você pode até pensar e acreditar nisso, mas como conhecer alguém que não conhece a si mesmo? Com frequência ficamos surpresos com nossas próprias reações.
  A realidade é que as pessoas sabem ‘o que gostariam de ser’, e adotam, devido a isso, posições equivocadas ao tentar prever o imprevisível.  
 
  Esta semana escrevi um texto intitulado “Você é Vinícius ou Chico?”, que resumia as duas maneiras de ser dos seres humanos: mais emotivo ou mais racional. Eu sei que nada é simples assim, e que muitas vezes o sujeito é ora um pouco mais Chico, ora um pouco mais Vinícius. Mas não pretendo escrever um tratado do comportamento humano, até porque minha competência esbarraria no limite de si mesma.
 
  Entretanto, podemos saber mais ou menos o que esperar de alguém que ‘conhecemos’, se prestamos muita atenção nas suas ações. O problema é que geralmente ‘passamos batido’ e não observamos atentamente a sequência de atos que caracterizam o nosso próximo mais próximo. Não é incomum que cheguemos à conclusão que “se tivéssemos rastreado um pouco mais” o comportamento de alguém, possivelmente evitaríamos surpresas e decepções. O ser humano não é tão imprevisível como pensamos.
 
  Para ter esse tipo de percepção, você precisa ser como eu, um desocupado que gosta de pensar – uma combinação rara entre os homens.
 
  Uma conhecida escreveu-me sobre o texto que citei acima. Ela “adorou” o que escrevi e logo se apressou em dizer que age mais como o Vinícius. Não é verdade. Mas também não é mentira. Ela apenas pensa que é como disse ser. Pensa e acredita no que pensa. Sua (dela) história conta outra coisa.
  Mas, quando nos identificamos com o Vinícius de Moraes, desejamos parecer mais simpáticos, ou, quem sabe, mais 'humanos'. É um erro que as pessoas considerem que quem é mais racional é simplesmente um calculista que não se emociona ou comove. Acontece que minha conhecida é calculista, incapaz de se deixar levar pela emoção se perceber que é mais vantagem agir de maneira racional.
 
  Há pessoas que preferem viver. Outras, optam por ser razoavelmente felizes, sem correr os grandes riscos que toda emoção pode trazer.  

Todos nós, sem exceção, guardamos segredos que não queremos revelar ou mesmo admitir. Não espere encontrar pessoas que digam sempre a verdade. Elas não existem.

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