Muita gente confunde fidelidade com outras coisas. Esse aí na foto é o meu amigo Clarindo Benevides, sujeito inteligente e esperto. Pena que já era 4h da tarde, e o rapaz tinha bebido um pouquinho mais do que devia. Pelo menos é o que está parecendo.
LEALDADE E FIDELIDADE
Para mim, são coisas parecidas, não
necessariamente sinônimos. Consultando o dicionário, não fica muito clara a
diferença entre essas duas palavras que causam tanta confusão.
Fidelidade é muito usada para questões de
envolvimento emocional, ou a algumas marcas de produtos que você considera
confiáveis. Os cães geralmente são um exemplo de fidelidade ao seu dono, e por
isso são tão apreciados e quase considerados humanos.
Lealdade é algo menos perceptível, mas talvez
seja mais importante. Um mau caráter pode ser fiel, conforme seus interesses.
Mas leal, pelo menos no sentido que a maioria das pessoas considera, é muito
raro encontrar quem seja. Ser leal configura situações em que podemos confiar
cegamente em uma pessoa, certos de que jamais seremos traídos, vendidos,
entregues, enganados, essas coisinhas que achamos importantes.
Entretanto, é comum que pessoas confundam
essas duas coisas. Um esportista que defende um clube, pode ser fiel, mas nunca
será leal. Qualquer proposta de outro clube, sendo mais atraente, é
imediatamente aceita. Afinal, dinheiro não tem cor. E todos gostamos de
possuí-lo.
Fico observando essas torcidas de clubes de
futebol, que tentam exigir fidelidade e lealdade – as duas coisas, veja só –
dos seus atletas. Isso não vai ser possível! Um atleta tem carreira curta, e
precisa garantir seu futuro e de sua família. Não dá para ser uma coisa nem
outra – a menos que a contrapartida tenha valores que compensem. No máximo, um
clube pode ‘comprar’ essas qualidades.
Um bom exemplo é o patriotismo, palavra que
deriva de patriota. Ser patriota é complicado. Dizem que temos que sentir amor
à pátria. Não sei, não. Ninguém realmente ama seu país de nascimento mais do que
a si próprio. Eu gosto do Brasil, mas não hesitaria um só segundo em mudar-me
para outro país onde eu viveria melhor. É óbvio que não me refiro a países
africanos, asiáticos, ou mesmo a maioria dos sul-americanos – estes com 2 ou 3 exceções.
Patriotismo é um sentimento que surge dentro
de um contexto de vida. Ninguém pode exigir que quem quer que seja tenha mais
ou menos amor no coração. Amor se sente, não se compra – mesmo assim há
controvérsias sobre o que acabo de escrever. Ninguém será jamais leal a uma
pátria que negou-lhe uma vida boa. Basta ver o enorme número de milionários de
países europeus que, recentemente, trocaram de cidadania em busca de maior
conforto para seu rico dinheirinho. Eles estão certos, essa é a minha convicção.
Os franceses – não somente eles – venderam-se
à Hitler em troca de uma vida mais tranquila. E não foram poucos. Os alemães,
em sua maioria, aceitaram as barbaridades dos nazistas por pura conveniência, e
por acreditarem que eram superiores e dominariam o mundo. Adesão ao inimigo é
fato corriqueiro na história da civilização.
Mesmo que a hipocrisia, consciente ou não,
afirme que fidelidade, lealdade e patriotismo são obrigações ditadas pela
moral, eu continuo discordando desses que propagam essas qualidades que o ser
humano não possui. É tudo questão de momento, de contexto.
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