Acredite: chega sempre o dia em que uma bolha estoura. É claro que nem todo mundo perde. Os que são muito espertos sempre ganham. Você se acha?
BOLHA
Para variar, esse substantivo tem mais de um
significado, dependendo, para ser compreendido, do contexto em que é utilizado.
No caso deste texto, quero falar de ‘bolha’ no sentido econômico da palavra –
mais especificamente da ‘bolha imobiliária’.
O dicionário nos diz que bolha é o “aumento
cumulativo de um ativo financeiro, causado geralmente pela especulação”. O que,
na boa tradução, é um preço que se cobra por algum bem, sem que, no entanto,
esse bem valha o que se pede. Aguarde que o preço vai baixar.
Do especulador, exige-se que saiba o ‘momento
exato’ em que deve vender ou comprar qualquer coisa.
Mas não há dúvida de que especuladores experientes
na ciência de especular, acabam fazendo fortuna – muitas vezes saindo do zero.
Daí que a fortuna ganha é muito verdadeira, enquanto o valor do bem é ilusório.
Mas especular com ativos não é para qualquer
um; é preciso, antes de mais nada, que o profissional tenha sangue frio, como
um réptil. Precisa saber mentir com a cara de pau de um jogador de pôquer. Há
quem insista na tese de que um bom especulador, além das qualidades citadas,
seja um psicopata – o que quer dizer “uma pessoa sem emoção alguma”.
Alguns indivíduos mentem sem sofrer de uma
psicopatia grave – sim, pois minha teoria defende que todos somos, ou tentamos
agir, como psicopatas insensíveis, ainda que num ‘grau’ de psicopatia ‘leve’.
Convenhamos que é necessário muito desamor ao
próximo para consumar um negócio ilusório. Quem nunca tentou passar adiante um
bem por um valor mais alto do que o real? Se existe, que atire então a primeira
pedra.
Pessoas não se arrependem do mal que fizeram,
exceto quando a ‘coisa’ deu errado. Se funcionou a contento, melhor esquecer
esse negócio de remorso. O crime perfeito é uma das maiores ambições humanas.
Dentro das regras morais apregoadas e nunca
seguidas, somos, na verdade, verdadeiros monstros.
O preço dos imóveis em algumas cidades do
Brasil não é real. Em algum momento vai ter gente se arrependendo de ter feito
um péssimo negócio. Exatamente como ocorreu nos Estados Unidos da América.
O sujeito compra uma casa hoje e, no dia
seguinte, literalmente, acredita que ela já vale mais do que ele pagou. Como
isso não existe quando não há hiperinflação, o cara está fazendo papel de
ameba.
O Rio de Janeiro é o líder, no país, dos
preços disparados ficticiamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário