A foto ao lado é do Chico Buarque de Hollanda, o menino que nasceu velho. É o maior poeta filósofo vivo. Junto com Vinícius de Morais e Tom Jobim, formou a santíssima trindade da música brasileira. Não substituíram ninguém, e jamais serão substituídos.
TEM DIAS QUE A GENTE SE SENTE...
Começo a suspeitar, ainda que meio cético,
que a Lua exerce alguma influência sobre a Terra. Eventualmente percebo que,
quando a Lua está ‘minguante’, minha vontade de escrever diminui, fico mais ou
menos como diz a letra da música “Roda Viva”, do Chico Buarque: “Tem dias que a
gente se sente//Como quem partiu ou morreu//A gente estancou de repente...”.
Mais adiante, em outros versos, Chico fala
que “A gente quer ter voz ativa// No nosso destino Mandar// Mas eis que chega a
roda-viva// E carrega o destino pra lá”. Pois é, são verdades, nem sempre
reconhecidas como tal.
Você até pode forçar a barra e fazer algum
trabalho intelectual nessa fase, mas vai fluir com certa dificuldade.
A “Roda Viva” é um nome fantasia para o
“Acaso”, que nos surge em forma de pessimismo, período em que temos que nos
reciclar para voltar a receber o ‘Otimismo’. Nossa vida obedece (obedece?)
ciclos, que nos levam pra lá e pra cá.
Com isso, não estou querendo dizer que todas
as pessoas têm, num mesmo período, sua fase ruim. Claro que não. E por que não?
Se eu soubesse, receberia sozinho o prêmio Nobel.
Infelizmente ninguém pode trabalhar apenas
quando sente vontade – exceto eu e poucos privilegiados. Por causa do dinheiro.
Quem recebe pelo que produz, tem que produzir sempre. Minha regra máxima é “Não faço tudo o que
quero, mas só faço o que quero”. Bem, 95% das vezes.
Amanhã a Lua estará crescente; hoje começo a
ter vontade de produzir. Pense sobre tudo isso e diga se você concorda ou não
com o fato de que “Tem dias que a gente se sente...”.
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