quinta-feira, outubro 10, 2013

EXISTE IDADE BOA PARA APRENDER?

Aprender não é difícil, qualquer que seja a sua idade. Aprender qualquer coisa. Precisa que haja interesse e uma boa motivação. E tempo.

 
   VOCÊ CONSEGUE APRENDER?
 
   Obter conhecimento não é privilégio dos jovens ou mesmo dos muito jovens. Qualquer indivíduo plenamente saudável, dos 8 aos 80 – até bem antes dos 8 e bem mais que 80, pode aprender qualquer coisa. Qualquer informação contrária a esta verdade é uma falácia.
 
   Primeiramente vamos deixar claro o significado de aprender, no sentido de adquirir conhecimento – não estou falando do conhecimento empírico, que está ao alcance de todos.
   Em geral, qualquer novo conhecimento requer um conhecimento anterior. Se você não aprendeu ‘fração’, não vai conseguir fazer outras operações matemáticas que dependem dela. Isso ocorre em qualquer idade.
   Além disso, existe uma coisinha chamada ‘interesse por’. Sem interesse, não se aprende nada – não a ponto de guardar na memória. Já na escola fundamental, percebemos que algumas crianças preferem umas matérias a outras. Acredito que nascemos com certas preferências que ninguém sabe explicar. Pelo menos ainda não.
 
   Então, qual a causa da maior dificuldade dos adultos em relação às crianças? Minha teoria diz que a cabeça das crianças está mais vazia, além de suas tendências não estarem bem definidas. Um bom professor pode despertar o interesse de uma pessoa jovem em qualquer área do conhecimento. O problema é que esse ‘bom professor’ é uma figurinha difícil. Depois de uma certa idade, as coisas complicam, pois já optamos por temas com os quais simpatizamos, e ‘antipatizamos’ ou somos indiferentes  a  todo o resto.
 
   Quanto mais envelhecemos, mais definidos ficamos com o que gostamos ou não. Se tivemos um professor de matemática ruinzinho, lá no início, é provável que não gostemos de nada que precise de muita matemática. Claro que há muitos argumentos para contestar minha tese, mas eu também poderia usar outra argumentação, mais profunda, que não teria fim.
  
   Adultos, na maioria das vezes, só aprendem o que lhes é muito útil ou prazeroso. Eu mesmo, por exemplo, não sinto a menor vontade de possuir um ‘smartphone’; meu celular só é utilizado para falar e ser chamado por pessoas que, de alguma maneira, me interessam. Sem trabalhar fora e quase não sair de casa, qual seria meu interesse num desses aparelhinhos que vêm acompanhados de um manual de instruções complicadíssimo?
  
   Conheço pelo menos um velho tarado que fica horas na internet, vendo sacanagens diariamente. Ele entende bem mais do que eu de computador; ele quis aprender, para aprofundar suas pesquisas sexuais.     
    
    

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