segunda-feira, novembro 26, 2012

QUEM DISSE QUE O POVO NÃO SABE VOTAR?

O eleitor, na hora do voto, sempre sabe o que faz. Como o bichinho da figura ao lado, seu objetivo, mesmo inalcançável, existe e ele corre atrás.


      O VOTO DO POVO
 
     Qualquer ideologia perde força quando confrontada pelos interesses individuais. Ninguém escolhe o caminho da perda. Qualquer eleitor, do mais humilde ao mais abastado, do mais ignorante ao mais sábio, sempre faz a escolha conforme a sua conveniência. Só há uma reflexão na hora do voto: ‘esse sujeito vai me trazer (direta ou indiretamente) tal vantagem’. Seja essa vantagem uma perspectiva de emprego, de ganhar uma dentadura, da internação de um parente num hospital, ou até mesmo de uma política econômica que beneficie nossa empresa, qualquer que seja o porte dela. Evidentemente que podemos errar o tiro, e nosso candidato não cumprir o que dele esperávamos. Aí ficamos raivosos e frustrados. Mudamos de lado, seja para que lado for. Partimos para a irracionalidade do ‘pior não pode ficar’.
 
     A partir dessas premissas já suficientemente comprovadas, podemos concluir que o povo vota consciente. Quem não tem energia elétrica, não se importa com políticas industriais ou em quanto está o dólar. O camarada vota em quem ele acredita que vai levar luz para sua rua. É por isso que os candidatos mentem tão descaradamente.
 
     Ao votar num ladrão conhecido, o que vai pesar é que ele, quando eleito em pleitos anteriores, nos trouxe algum benefício que os ‘honestos’ não trouxeram. Isso explica a sobrevivência de um Sarney, um Jáder Barbalho, um Maluf, um Lula, um Renan Calheiros, um Romero Jucá, um Collor, e centenas ou milhares de outros que deveriam estar atrás das grades e que, ao contrário, reelegem-se seguidamente. Deles, o povo não espera nenhum milagre. Os votos têm, nesses casos, uma visão curta e imediata de alguma vantagem pessoal.
 
     Esse comportamento estéril não mudará jamais, pois faz parte de nossa maneira de ser e agir. A única coisa a fazer é proibir, com base nas falcatruas cometidas, que essas lesmas sugadoras do nosso sangue possam continuar na vida pública. É como o caso do José Dirceu, que só poderá ser candidato a qualquer cargo eletivo aos 85 anos. Esperemos que ele não viva até lá.
 
     Para finalizar este artigo com algum brilhantismo, segue uma frase do Millôr Fernandes: “Quando se mostra que nada é o que parece, o mundo vem abaixo. Moral: Só a hipocrisia garante a tranquilidade social”.

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