O eleitor, na hora do voto, sempre sabe o que faz. Como o bichinho da figura ao lado, seu objetivo, mesmo inalcançável, existe e ele corre atrás.
O VOTO DO POVO
Qualquer ideologia perde força quando
confrontada pelos interesses individuais. Ninguém escolhe o caminho da perda.
Qualquer eleitor, do mais humilde ao mais abastado, do mais ignorante ao mais
sábio, sempre faz a escolha conforme a sua conveniência. Só há uma reflexão na
hora do voto: ‘esse sujeito vai me trazer (direta ou indiretamente) tal
vantagem’. Seja essa vantagem uma perspectiva de emprego, de ganhar uma
dentadura, da internação de um parente num hospital, ou até mesmo de uma
política econômica que beneficie nossa empresa, qualquer que seja o porte dela.
Evidentemente que podemos errar o tiro, e nosso candidato não cumprir o que
dele esperávamos. Aí ficamos raivosos e frustrados. Mudamos de lado, seja para
que lado for. Partimos para a irracionalidade do ‘pior não pode ficar’.
A partir dessas premissas já
suficientemente comprovadas, podemos concluir que o povo vota consciente. Quem
não tem energia elétrica, não se importa com políticas industriais ou em quanto
está o dólar. O camarada vota em quem ele acredita que vai levar luz para sua
rua. É por isso que os candidatos mentem tão descaradamente.
Ao votar num ladrão conhecido, o que vai
pesar é que ele, quando eleito em pleitos anteriores, nos trouxe algum
benefício que os ‘honestos’ não trouxeram. Isso explica a sobrevivência de um
Sarney, um Jáder Barbalho, um Maluf, um Lula, um Renan Calheiros, um Romero
Jucá, um Collor, e centenas ou milhares de outros que deveriam estar atrás das
grades e que, ao contrário, reelegem-se seguidamente. Deles, o povo não espera
nenhum milagre. Os votos têm, nesses casos, uma visão curta e imediata de
alguma vantagem pessoal.
Esse comportamento estéril não mudará
jamais, pois faz parte de nossa maneira de ser e agir. A única coisa a fazer é
proibir, com base nas falcatruas cometidas, que essas lesmas sugadoras do nosso
sangue possam continuar na vida pública. É como o caso do José Dirceu, que só
poderá ser candidato a qualquer cargo eletivo aos 85 anos. Esperemos que ele
não viva até lá.
Para finalizar este artigo com algum
brilhantismo, segue uma frase do Millôr Fernandes: “Quando se mostra que nada é
o que parece, o mundo vem abaixo. Moral: Só a hipocrisia garante a
tranquilidade social”.
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