sexta-feira, abril 20, 2012


   RELATÓRIO MENSAL DE ESTUDOS DO CAPETA

   NORMAIS? (1)

   MINHA (MÁ) SORTE
   Parte importante dos meus estudos é feita aqui no Brasil, para o bem ou para o mal. Sou um Capeta muito jovem, e meu pai decidiu que eu me especializaria em seres humanos. Até aí, tudo bem. Mas por que logo o Brasil? Não podia ser a França, Suécia, Suíça, Bélgica, ou (vá lá) até mesmo os Estados Unidos? Quando perguntei o motivo de tanta “sorte”, a resposta foi que “brasileiro é muito difícil de compreender”. Isso provava a fé que todos tinham em mim.

   SE ESTÁ ESCRITO, NÃO VALE
   No entanto, sinto-me um tanto confuso com a filosofia dos nativos locais. Eu disse filosofia? É que não encontrei a palavra certa para definir o ‘modus vivendi’ do cidadão que habita estas terras. Ô povinho controverso, este. Aqui não existem regras de comportamento muito claras. Nem mesmo posso dizer que existe alguma regra. E não me falem das tais “leis”, que servem somente para causar boa impressão: nunca funcionaram.

    NO CARNAVAL TUDO PODE
   Os brasileiros são os tolerantes mais intolerantes da face da Terra. Parece surreal? E é. Vou dar um exemplo do que acabei de afirmar. Os praticantes do ‘sexo para todos e com todos’ são prazerosamente recebidos em qualquer lugar. Mas atenção: apenas durante uma festa popular denominada Carnaval – cuja duração era de três dias, mas que em alguns locais dura quase o ano todo. No período da tal promiscuidade, quero dizer, festividade – ainda não entendi bem o que festejam – tudo é permitido, principalmente as relações entre pessoas do mesmo sexo. Em outras ocasiões, patrulheiros conhecidos como ‘homofóbicos’ se encarregam de bater e matar os adeptos do amor livre.

ELE NÃO ERA TÃO MAU
Outro costume que estranhei foi o culto aos mortos. Aqui, ladrão e vagabundo quando morre, passa, de uma hora pra outra, de vilão execrado a homem decente que deixa saudade. Ou então vira nome de rua, de praça, de ponte, até mesmo nome de mãe. Nome de mãe, quem os recebe ainda em vida, são juízes de futebol, políticos, advogados, médicos, empresários da construção, banqueiros, etc. É impressionante como o povo conhece as genitoras desses profissionais com tantos detalhes.

RISADA
Algumas artistas, de qualquer idade, têm a mania de dar gargalhadas de mais de 85 decibéis, independente do local onde estejam. Abrem a ‘bocarra’ e exibem até as amídalas, ferindo os tímpanos e a sensibilidade das pessoas de bom gosto. Quem se habilita a dizer-lhes que isso é feio?

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