RELATÓRIO MENSAL DE ESTUDOS DO CAPETA
NORMAIS? (1)
MINHA (MÁ)
SORTE
Parte importante dos meus estudos é feita
aqui no Brasil, para o bem ou para o mal. Sou um Capeta muito jovem, e meu pai
decidiu que eu me especializaria em seres humanos. Até aí, tudo bem. Mas por
que logo o Brasil? Não podia ser a França, Suécia, Suíça, Bélgica, ou (vá lá)
até mesmo os Estados Unidos? Quando perguntei o motivo de tanta “sorte”, a
resposta foi que “brasileiro é muito difícil de compreender”. Isso provava a fé
que todos tinham em mim.
SE
ESTÁ ESCRITO, NÃO VALE
No entanto, sinto-me um tanto
confuso com a filosofia dos nativos locais. Eu disse filosofia? É que não
encontrei a palavra certa para definir o ‘modus vivendi’ do cidadão que habita
estas terras. Ô povinho controverso, este. Aqui não existem regras de
comportamento muito claras. Nem mesmo posso dizer que existe alguma regra. E
não me falem das tais “leis”, que servem somente para causar boa impressão:
nunca funcionaram.
NO CARNAVAL TUDO PODE
Os brasileiros são os tolerantes
mais intolerantes da face da Terra. Parece surreal? E é. Vou dar um exemplo do
que acabei de afirmar. Os praticantes do ‘sexo para todos e com todos’ são
prazerosamente recebidos em qualquer lugar. Mas atenção: apenas durante uma
festa popular denominada Carnaval – cuja duração era de três dias, mas que em
alguns locais dura quase o ano todo. No período da tal promiscuidade, quero
dizer, festividade – ainda não entendi bem o que festejam – tudo é permitido,
principalmente as relações entre pessoas do mesmo sexo. Em outras ocasiões,
patrulheiros conhecidos como ‘homofóbicos’ se encarregam de bater e matar os
adeptos do amor livre.
ELE NÃO ERA TÃO MAU
Outro costume que estranhei foi o culto aos mortos. Aqui, ladrão e
vagabundo quando morre, passa, de uma hora pra outra, de vilão execrado a homem
decente que deixa saudade. Ou então vira nome de rua, de praça, de ponte, até
mesmo nome de mãe. Nome de mãe, quem os recebe ainda em vida, são juízes de
futebol, políticos, advogados, médicos, empresários da construção, banqueiros,
etc. É impressionante como o povo conhece as genitoras desses profissionais com
tantos detalhes.
RISADA
Algumas artistas, de qualquer idade, têm a mania de dar gargalhadas de
mais de 85 decibéis, independente do local onde estejam. Abrem a ‘bocarra’ e
exibem até as amídalas, ferindo os tímpanos e a sensibilidade das pessoas de
bom gosto. Quem se habilita a dizer-lhes que isso é feio?
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