terça-feira, abril 10, 2012

PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS


   NÃO ACREDITE NO QUE OUVE

   Expressões utilizadas em uma linguagem exclusiva dos brasileiros, que estrangeiros costumam entender errado. Muitas vezes, nem os próprios brasileiros entendem.

   TUDO BEM – Na maioria das vezes, nada está bem. Em determinados contextos, pode significar “Você fez merda, mas eu já perdoei; deixa pra lá”. Ou pode significar que você está avisando seu interlocutor que “O dia dele vai chegar”. Há casos, inclusive, que quem usa essa expressão nem sabe por que usou; quero dizer, não significa nada, o que contraria o princípio maior das ”expressões idiomáticas”, que é justamente deixar ‘bem claro’.

   ME ENGANA QUE EU GOSTO – Não é bem assim. Você conhece alguém que goste de ser enganado? A frase em questão geralmente quer dizer que “Você pensa que eu sou otário? Podia ter inventado uma história melhor! Não acredito em nada do que você falou!”. Como o leitor pode notar, seu uso significa exatamente o contrário do que dizem as palavras. Funciona como uma espécie de ‘reprimenda irônica’.

   VAMOS NOS ENCONTRAR QUALQUER DIA – Essa é clássica. Significa “Vê se desaparece da minha vida, seu chato”. É muito utilizada quando se quer ‘cortar’ um papo sem ser (muito) indelicado. É óbvio que esse “qualquer dia” é dia 30 de fevereiro.

   A GENTE SE TELEFONA – Outra expressão clássica. Você está dizendo – em bom brasileiro – que se o indivíduo ligar, sua secretária estará instruída para dizer que você viajou. E que, se ele não for ‘burro’, espere sentado pela sua ligação.

   APARECE LÁ EM CASA QUALQUER DIA – Apesar de ‘manjada’, continua sendo bastante utilizada. Lembre-se: quem aparece é assombração. Você está querendo dizer que se o ‘cara’ resolver aparecer, você terá fugido pela porta dos fundos.

   ‘FULANO’ É PHOGO (usei ‘phogo’ para substituir outra palavra) – Para um gringo, pode parecer que o cara transa muito. Na verdade, pode querer informar milhares de coisas, que vão desde “esse cara é rigoroso”, até mesmo “esse cara é um idiota”. Vai depender da entonação que for dada à voz e à expressão facial de quem fez a afirmação.

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