quarta-feira, abril 18, 2012

CONVIVO BEM COMIGO


  O PRAZER DE VIVER

   Hoje acordei inspirado. Descobri que cada um é cada um. Não é interessante? Sendo únicos, por qual motivo tentam fazer com que sejamos, desde a infância, iguais ou melhores que nossos irmãos ou primos? “Faça como o fulano, que pratica vários esportes” – fala a mãe, que se frustra à toa. “Não seja preguiçoso, siga o exemplo do seu pai – que muitas vezes não é quem pensamos que é -, trabalhe com afinco”. São ‘n’ frases repetidas que não vou perder tempo citando. Até mesmo gêmeos monozigóticos trazem DNAs diferentes. Um sai estudioso, o outro detesta estudar. Um nasce calmo, o outro é mais agressivo. E por aí vai. Por quê? Nem tenho curiosidade. Basta saber que somos diferentes, únicos.
   Acredito que fumar (coisa que me faz contente) pode trazer alguns pequenos prejuízos à saúde, mas não tanto como estão espalhando por aí. Se fizesse o mal apregoado, eu, fumante há quase sessenta anos, deveria ter morrido há décadas. Cientistas, com medo de que algum colega publique antes trabalho semelhante, precipitam suas conclusões, geralmente equivocadas.  
   Essas diferenças que existem entre pessoas é o que torna a vida interessante. Vejo velhotes participando de maratonas; acho ótimo, se isso lhes satisfaz. Não me tornei preguiçoso, eu nasci com preguiça. Tenho a vantagem de não sofrer por não poder mais fazer certos exercícios. Evitei o trabalho sempre que foi possível. Sinto orgulho de ser como sou. Meu ídolo foi o Jorginho Guinle. A cegonha errou meu endereço.  Lutei bravamente durante a primavera da vida, e até trabalhei (que vergonha!) por um tempo – no maior sacrifício, mas alcancei meu objetivo principal no outono, quando me vi livre dos paradigmas, das religiões, do politicamente correto. Não faço tudo o que gostaria, mas só faço o que me agrada.
   Entre as minhas descobertas, cito a constatação de que “ser feliz – pelo menos para mim – é viver em paz com o que é impossível mudar”. Na juventude, lutamos muito por tão pouco... Hoje, fazendo pouco, descobri que a vida me dá muito e o conhecimento me leva ao nirvana. “Só são felizes aqueles que têm a mente fixada em algum objetivo que não seja a própria felicidade” – palavras de J. S. Mill.

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