É BOM SER VELHO
Uma vantagem da
velhice é que não estamos querendo aumentar o número de amigos – muito pelo
contrário. O conhecimento dos homens, muitas vezes, nos faz preferir ficar sós.
A consciência de que estamos mais perto do fim nos dá o direito de, em muitas
ocasiões, dizer o que temos vontade – sem que isso implique em ser grosseiro. Por
outro lado, os velhos perderam o interesse por coisas, e não precisam agradar
quem quer que seja para obtê-las. Isso é uma forma de liberdade. Pitágoras
disse: “Evita discutir com teus amigos por pequenas coisas”. O Capeta discorda
e aconselha: “Amigos? Quantos menos, melhor”.
“Hoje é muito difícil não ser canalha. Todas as pressões trabalham para
o nosso aviltamento pessoal e coletivo”. O autor dessa verdade é o inigualável
Nelson Rodrigues. O Capeta concorda com o que foi dito, e acrescenta que “A
inveja é tão comum nas pessoas, que nem percebemos quando estamos possuídos por
ela”. É claro que você, leitor, não carrega esse sentimento no coração. Você é
a exceção.
O grande
benefício de envelhecermos é que a idade sempre nos faz mudar de opinião, sem
que sintamos o menor arrependimento. Ser maduro é saber conviver bem com as
coisas que não podemos mudar. O escritor L. F. Veríssimo diz que “Com o tempo,
adquirimos a certeza de que nada vale muito à pena”. O Capeta complementa: Nada
que necessite uma luta sacrificante compensa as cicatrizes do desgaste sofrido.
Mark Twain, que poucos jovens conhecem, achava que “Quem é pessimista
antes dos 48 anos, sabe demais; quem é otimista depois, sabe de menos”. O fato
é que os velhos podem não entender as novas tecnologias, mas conhecem a fundo
as mentes de quem as cria. Nunca se entusiasme com pessoa alguma. Ninguém
merece o seu respeito absoluto. Toda moeda tem um lado podre, acredite.
Inclusive você.
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