segunda-feira, fevereiro 24, 2014

VIVENDO SEM DINHEIRO


 
A moral dessa tirinha é que não se filosofa mais como antigamente. Também pudera, com esses nossos acadêmicos de araque, não se pode esperar muito.
 
 
 
  DÁ PRA VIVER SEM DINHEIRO?

 
  Dá. Pensando bem, não dá. Quem sabe, talvez dê, dependendo de como você é. Se eu fosse meu leitor, perguntava logo: “Porra, dá ou não?”; minha resposta seria que eu não dou, mas tem muita gente que dá e gosta – estou pensando em experimentar... meu problema é a idade.
 
  Voltando ao assunto-título, a resposta certa é que depende... Aí o leitor, impaciente, pensa: ‘Esse cara tá de sacanagem”. Mas não lhe dou muito tempo para pensar e acrescento “... do que você considera dinheiro. Para uns, 10 é pouco, 20 é bom, e 30 é mais que bom.
  Se meu leitor for brasileiro de raiz, vai discordar; para esse, só é razoável de começar com 10 milhões – é daí pra cima. Tipo o Palocci – já sei, ele não é brasileiro puro, mas aí tem que ser crioulo, que não tem muita vez. Exceto no PT.
 
  Eu jamais sacanearia o meu leitor preferido – você! O problema é que essa pergunta é ‘foda’, é pergunta de prova da OAB. Não há somente uma resposta. Se você for capaz de tirar leite de pedra, pode até viver com 10, sem precisar dar. Com 20 ou 30, pode até ser feliz.
  Mas se você for do PT, a coisa toma um rumo diferente. Esses caras tiram da pedra o leite, a água, o vinho, e até carros e imóveis – acredite. Posso até dar, como exemplo, o filho do Lula.
 
  Viver com pouco dinheiro não é fácil, mas você consegue, se for um sábio como eu. Aproveito o ‘gancho’ para dizer logo que quem quer viver com pouco não pode ser modesto. Vargas Vila, o grande escritor, disse que “A modéstia é o talento das nulidades, e a nulidade dos talentos”.
 
  Mas se nasceu assim, digamos, na ‘merda’, como a maioria da população, provavelmente nem saberá como é bom ser rico. Lagosta da plebe é buchada de bode. Sonho de pobre é ter o suficiente para levar a namorada para comer um “hot dog”. E pagar. Sempre com aquela moral, o nariz em pé, como se a tivesse levado para comer no Copacabana Pálace.
 
  Eu nunca fui pobre como estou agora. Na minha casa, o uísque mais novo tinha 12 anos de idade. Antigamente eu bebia um pouco. Tive um amigo que foi extremamente pobre, e ganhou algum com muito esforço. Quando em minha casa lhe servi uma dose de Chivas (era um dos meus preferidos), ele, com muita naturalidade, derramou no copo meia garrafa de Coca-Cola. O que estou querendo dizer é que pobre não sabe ser rico, mesmo se tiver sorte na vida. Quem nasce pobre, vai morrer como nasceu – um coitado.
  Mas preste atenção: Eu não sou pobre, eu ‘estou’ pobre, o que é outra situação. Dei tudo o que eu tinha – e me roubaram o resto. Decidi que nunca mais trabalharia. Consegui. Não é para qualquer um. Mesmo assim, sempre que desejo, vou até o jardim e me refresco na piscina de casa. 
 
  Quando não se tem muito dinheiro, descobre-se que existem, ao nosso alcance, coisas interessantíssimas que podem nos proporcionar alegria. Uma recomendação: para viver como eu, nem pense em juntar seus trapos com alguém. Vida a dois não combina com “não posso gastar”. Existem muitas coisas boas que não se precisa comprar – é óbvio que se o seu caso for ter que morar na rua e passar fome, recomendo o suicídio. Mas se fosse, você não estaria lendo este texto. O Capeta não escreve para pobres. Quem escreve para ‘eles’ é intelectual – gente que desprezo.
 

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