sexta-feira, maio 09, 2014

A DOR DE EIKE BATISTA

Pois é, na nossa vida tudo acontece, inclusive e principalmente o imponderável. Nem o mais atrevido pai de santo ou vidente iria prever o que aconteceu com o Eike Batista. O Capeta espera que ele tenha aprendido a lição, e recupere parte de suas imensas perdas.



  O SER HUMANO NÃO FALHA
 
  Quando eu digo que não tenho amigos é por saber o que poderia esperar deles: o pior. É mais fácil contar com alguém que só conhecemos de vista. Estou falando de um assunto que, com 69 anos de vida, conheço bem. Mas não estou querendo parecer bonzinho – deve haver muitos que também se decepcionaram comigo, afinal, não sou nenhum santo.
 
  Entretanto, creio não ser capaz de fazer certas coisas que a maioria das pessoas faz: tripudiar sobre a desgraça alheia. Quando estou com raiva, posso até mesmo ‘desejar’, momentaneamente, que o causador do meu infortúnio se dê mal – mas isso é passageiro, sempre. E é humano.
  Pode parecer pedantismo, mas considero-me acima do bem e do mal. Nada me afeta por mais de um dia. Ninguém me frustra, porque não tenho sonhos. Para mim, o que vier é lucro. Quem sempre espera que “algo” dê errado, tipo a Lei de Murphy, só pode ter surpresas boas.
 
  Essa ‘conversa’ toda é para dizer que basta de humilhar o Eike Batista. Ele já pagou pelos seus erros. Não importa se o cara continua rico, coisa que ele sempre foi. Sei como se sente alguém que teve seus sonhos evaporados. Não se deve praticar escárnio sobre quem agoniza.
 
  Eike pode ter merecido o fracasso, mas ninguém merece que a inveja censure em nome da virtude. A inveja, para quem não sabe, é um sentimento que afeta irmãos aparentemente ‘unidos’ por uma amizade que é considerada indestrutível. Afeta pais e filhos, grandes amigos, e todo tipo de parente. Eles que disparam o tiro de misericórdia. Quase sempre. A mão que afagou é a mesma que apedreja.
 
 

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