ELA DISSE, ELE DISSE
Complicado mesmo é alguém tentar entender
quando um casal conta uma história qualquer, especialmente algo que aconteceu
com eles – ou entre eles. Não deveria ser assim, mas é inevitável que a pessoa
que ouve pense que são duas narrativas distintas, onde apenas o começo é o
mesmo.
Se for uma briga, passarão a sensação que não
se trata da mesma briga; os motivos de cada um são tão diferentes... Mas outra
coisa se repete: ao final, eles ficarão com o papel dos vilões, elas, das
vítimas de um ‘homo erectus’, um brutamontes – que foi sempre o que elas, no
fundo, quiseram. O problema é que, com o tempo,
eles aprenderam e evoluíram para o ‘homo sapiens’, que não são os erectus. Pelo
menos não mais com elas, só com as outras, que até podem ser suas amigas ou
cunhadas.
preste atenção, os argumentos do
‘homo sapiens’ são... Não são! Eles nunca conseguem falar, elas não permitem. Acho
que é por isso que os juízes que decidem sobre divórcios têm cara de idiotas.
Esses caras nunca se divorciam. Eles sabem como a banda toca. Creio que o fato
de eles permanecerem casados para sempre torna-os vingativos e sempre massacram
os homens. Não querem ver os seus iguais felizes.
Daí vem a sabedoria de quem evita trepadas
que podem sair caro. Muito caro. Perguntem para o Mick Jagger, ou para o
Alexandre Pato. Certos buracos estão mais para crateras. Meter ou não meter,
eis a questão.
Se a narrativa for ‘about’ sexo – falo de transa
entre os dois, aí mesmo é que você vai achar que eles se atrapalharam e estão
contando como foi com seus amantes. Nada bate na história. Ele jura que ela
gozava feito uma louca. Ela garante que “não foi nada disso”, que ele não
entende da coisa.
Conclusão: só é feliz o casamento movido por
grandes interesses, mas tem que ser de ambas as partes. Conheci um casal muito
simpático e educado. Ela tinha um caso com o então presidente JK; ele sabia de
tudo, mas tinha sua vida financeira facilitada; ah, e também tinha uma (ou
várias) amante. Eram felicíssimos, quero dizer, foram, até terminar o mandato
presidencial.
Moral desta crônica: Tudo é imoral.
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