sexta-feira, maio 16, 2014

ALEGRIA NÃO TEM PREÇO

À esquerda, cena de um dos maiores filmes de todos os tempos, feito há quase 70 anos. De pé, o anjo que vive em você. Ele quer apenas que que seu raciocínio siga a direção certa. Que você veja a vida com o coração.


  A FELICIDADE NÃO SE COMPRA
 
  Não se trata de uma frase de efeito. É muito mais do que isso. O extraordinário filme de Frank Capra, de 1946, nos ensina apenas uma pequena parte da realidade humana. Se pudéssemos comprar a felicidade, todos os pobres seriam desgraçados e os ricos esbanjariam alegria. Mas não é isso que ocorre. Infelizmente somos todos cheios de problemas, e é um engano acreditar que o dinheiro os resolveria.
  Imagine que seu grande amor está longe e você não tem como pagar a passagem de avião para ir até lá; à primeira vista, é um problema financeiro; agora imagine que você tem grana e compra a passagem – ao chegar lá, não é o melhor momento, e acaba tudo. Entendeu? Espero que sim, pois para explicar mais explicado eu teria que escrever um romance e não pretendo me aventurar a tanto.
 
  Tenho certeza que você, com certa folga monetária, já se fez esta pergunta: “Como essa gente (os pobres) consegue viver com tão pouco?”. Ser feliz, então, nem pensar. Não cabe essa possibilidade na sua cabecinha de abastado abestado.
  Um pobre que consegue comprar o seu primeiro carro (o mais barato do mercado) aos 40 anos, sente uma alegria maior e mais prolongada do que um milionário que compra uma Ferrari. Sonhar em ter uma piscina em casa é bobagem; eu tenho uma razoavelmente grande e não entro nela mais que uma ou duas vezes ao ano. Enjoei. No meu banheiro há uma banheira enorme, sempre vazia. Gosto mesmo é de sentar num banquinho e ficar relaxando debaixo do chuveiro com água morna.
 
  Quando eu falo em pobre, não me refiro ao que passa fome ou sequer pode comprar um remédio para curar uma doença incômoda. Esse mesmo, acredite, tem seus momentos. Também não estou querendo dizer que não há nada que eu deseje e não posso comprar, mas esse desejo nunca é maior do que vontade de grávida: dá e passa – não faz falta.
 
  O mais importante é que sou dono da minha vida. Antigamente, eu gostava mesmo era de sair com mulheres bonitas. Era bom, mas deixava um vazio bem grande. Nada se compara à felicidade que sinto de estar aqui escrevendo para mim mesmo e depois para você. Eu sempre aprendo quando escrevo, e aprender proporciona um prazer e tanto. Quando a mente cansa de pensar, vejo tevê, leio um livro ou assisto um filme de sacanagem. Nada disso custa muito.
 
  Longe de mim querer que o leitor goste do que eu gosto. Estou tentando dizer que há coisas à sua volta e ao seu alcance que podem trazer alegrias impensáveis. Uma coisa, entretanto, eu garanto: ninguém compra a felicidade.    
 

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